Câmara de Curitiba analisa projeto que inclui vidro na logística reversa

por Pietra Hara, especial para a CMC* — publicado 06/06/2025 06h00, última modificação 03/06/2025 02h52
Proposta de Camilla Gonda pretende ampliar a prática da logística reversa no município, auxiliando no processo de reciclagem do vidro em Curitiba.
Câmara de Curitiba analisa projeto que inclui vidro na logística reversa

Projeto adiciona vidro na política de logística reversa em Curitiba. (Foto: Canva)

Empresas que comercializam produtos de vidro em Curitiba poderão ser obrigadas a implementar o retorno de embalagens utilizadas ao ciclo produtivo. A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) estuda um projeto de lei que inclui o vidro na política de logística reversa, obrigando empresas a recolherem e destinarem corretamente esse material, sem depender da coleta pública. A proposta, da vereadora Camilla Gonda (PSB), pretende promover a reciclagem desse material na cidade e gerar novos empregos. 

Na prática, a iniciativa acrescenta o vidro à lista de materiais que fabricantes, distribuidores, importadores e comerciantes devem implementar a logística reversa, alterando o artigo 57 da lei municipal 15.852/2021, que trata da Política Municipal de Meio Ambiente. Atualmente, a lista abrange outros produtos e materiais com impacto ambiental, como lâmpadas, medicamentos, pneus e resíduos químicos e eletrônicos (005.00283.2025). A logística reversa é um conjunto de ações que viabiliza a coleta e reutilização de resíduos sólidos no setor industrial, buscando reduzir impactos ambientais e o descarte irregular desses itens. 

A justificativa do projeto apresenta dados da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), segundo os quais mais de 1 bilhão de garrafas de vidro são descartadas anualmente no Brasil, grande parte de forma inadequada. “O descarte incorreto impacta o meio ambiente e a saúde pública, pois o acúmulo de água da chuva em garrafas pode favorecer a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão de doenças como dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana”, argumenta Camilla Gonda.

O projeto faz referência ao decreto federal 11.300/2022, que regulamentou a logística reversa de vidro em todo o país. A iniciativa busca reduzir os impactos ambientais, promover a reciclagem e gerar empregos na cadeia da economia circular. “O vidro pode ser 100% reaproveitado sem perder qualidade, mas hoje enfrenta barreiras devido à falta de estrutura para coleta seletiva”, explica a vereadora. “O propósito deste projeto de lei é ofertar uma orientação mais abrangente para a logística reversa municipal, auxiliando no processo de reciclagem do vidro, além de promover o emprego, a renda e a reciclagem”, afirma Gonda. 

A proposta aguarda parecer favorável da Comissão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos para seguir sua tramitação na Câmara dos Vereadores. Caso aprovada pelo Legislativo e sancionada pelo prefeito, a alteração começa a valer 90 dias após sua publicação no Diário Oficial do Município (DOM). Clique na imagem abaixo para entender como é a tramitação de um projeto de lei na CMC.

*Notícia elaborada pela estudante de Jornalismo Pietra Hara, especial para a CMC.
Supervisão do estágio: Michelle Stival
Edição: José Lázaro Jr.
Revisão: Ricardo Marques