Câmara de Curitiba analisa política de incentivo ao tiro esportivo
Política de Incentivo ao Tiro Esportivo é a evolução de um projeto da Delegada Tathiana. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Por orientação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o projeto de lei que previa um Programa de Fomento Armamentista Desportivo em Curitiba foi reformulado pela autora, Delegada Tathiana Guzella (União), passando a instituir uma Política Municipal de Incentivo à Prática do Tiro Esportivo, com foco em formação de atletas, educação técnica e valores como disciplina e autocontrole. “A proposta contribui para o desenvolvimento de cidadãos mais conscientes e disciplinados”, defende a parlamentar da Câmara Municipal de Curitiba (CMC).
A mudança consta no segundo substitutivo geral (031.00113.2025), que se sobrepõe ao projeto original (005.00185.2025) e à primeira revisão (031.00071.2025), onde, antes, a proposta da Delegada Tathiana vinha identificada como Programa de Fomento Armamentista Desportivo. Atendendo à CCJ, o programa de fomento foi alterado para deixar de abordar questões de Segurança Pública e abranger não só o tiro esportivo, mas também carabinas de pressão e armas de airsoft.
A ideia, com a Política Municipal de Incentivo à Prática do Tiro Esportivo, é que a prática seja reconhecida, em Curitiba, como atividade desportiva, cultural e de inclusão social. Para isso, Delegada Tathiana retirou do texto as referências à fiscalização, rastreamento de armas e defesa pessoal, reforçando a importância da valorização da formação técnica, ética e segura dos praticantes de todas as idades. Ela propõe a criação de núcleos de formação em parceria com clubes, federações e instituições de ensino.
A redação final é composta de três artigos de lei, que indicam seis diretrizes para as políticas públicas do setor. Elas determinam ao poder público valorizar o tiro esportivo como modalidade desportiva; estimular a prática responsável entre jovens e adultos; promover programas de educação técnica, ética e de segurança no manuseio de armas de fogo, voltados à prática esportiva, inclusive airsoft e carabina de pressão; incentivar a criação núcleos de formação; apoiar atletas e equipes locais na participação em competições em níveis estadual, nacional e internacional; e contribuir para o desenvolvimento de valores como disciplina, foco, autocontrole, respeito e cooperação entre os praticantes.
Na justificativa do projeto original, Delegada Tathiana argumenta que “o treinamento técnico e a educação sobre o manuseio seguro de armamentos são aspectos fundamentais dessa modalidade, que exige responsabilidade, autocontrole e respeito às normas de segurança”. Com as revisões, a proposta tramitou pela CCJ e seguiu para a Comissão de Economia.
Confira as diferenças entre o projeto e os dois substitutivos gerais protocolados
É possível apresentar emendas ao projeto original até o início da sessão plenária em que ele será votado, sendo que a precedência é do recente para o mais antigo.
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Elemento |
Texto Original |
1º Substitutivo Geral (22/04/2025) |
2º Substitutivo Geral (26/05/2025) |
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Nome do programa |
Programa de Fomento Armamentista Desportivo |
Programa de Fomento Armamentista Desportivo |
Política Municipal de Incentivo à Prática do Tiro Esportivo |
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Foco |
Prática esportiva com armamentos + segurança pública |
Prática esportiva com armamentos + segurança pública |
Incentivo à prática esportiva, cultural e de inclusão |
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Tópicos principais |
Centros de treinamento, clubes, campanhas educativas, rastreamento de armamentos |
Mantém estrutura e conteúdo do original com linguagem levemente mais técnica |
Formação ética, técnica e segura em parceria com clubes e instituições |
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Segmento |
Armas de fogo para uso esportivo |
Armas de fogo para uso esportivo |
Armas de fogo e também airsoft e carabina de pressão |
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Relação com segurança pública |
Forte: parceria com a Guarda Municipal, fiscalização, rastreamento |
Mantida: convênios e fiscalização com forças de segurança |
Retirada: texto não menciona segurança pública |
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Sistema de controle de armas |
Prevê rastreamento, fiscalização e controle de aquisição |
Mantém sistema de controle, monitoramento e parcerias com forças de segurança |
Totalmente retirado: não há dispositivos de rastreamento nem controle armamentista |
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Tom geral da proposta |
Armamentista, com ênfase no controle e defesa pessoal |
Armamentista, mas mais técnica e padronizada |
Esportivo e educacional, com linguagem desmilitarizada |
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Justificativa |
Discurso sobre segurança, autodefesa e formação cidadã por meio do armamento |
Adequação jurídica; sem alterações relevantes na retórica |
Atendimento às recomendações da Procuradoria Jurídica |
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Entrada em vigor |
Na data da publicação |
30 dias após a publicação |
30 dias após a publicação |
Clique na imagem abaixo para entender como funciona a tramitação de um projeto de lei na CMC:
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba