Câmara de Curitiba analisa política de incentivo ao tiro esportivo

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — publicado 21/07/2025 07h00, última modificação 20/07/2025 22h34
Substitutivo de Delegada Tathiana reforma proposta anterior, que criava Programa de Fomento Armamentista Desportivo em Curitiba.
Câmara de Curitiba analisa política de incentivo ao tiro esportivo

Política de Incentivo ao Tiro Esportivo é a evolução de um projeto da Delegada Tathiana. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

Por orientação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o projeto de lei que previa um Programa de Fomento Armamentista Desportivo em Curitiba foi reformulado pela autora, Delegada Tathiana Guzella (União), passando a instituir uma Política Municipal de Incentivo à Prática do Tiro Esportivo, com foco em formação de atletas, educação técnica e valores como disciplina e autocontrole. “A proposta contribui para o desenvolvimento de cidadãos mais conscientes e disciplinados”, defende a parlamentar da Câmara Municipal de Curitiba (CMC).

A mudança consta no segundo substitutivo geral (031.00113.2025), que se sobrepõe ao projeto original (005.00185.2025) e à primeira revisão (031.00071.2025), onde, antes, a proposta da Delegada Tathiana vinha identificada como Programa de Fomento Armamentista Desportivo. Atendendo à CCJ, o programa de fomento foi alterado para deixar de abordar questões de Segurança Pública e abranger não só o tiro esportivo, mas também carabinas de pressão e armas de airsoft.

A ideia, com a Política Municipal de Incentivo à Prática do Tiro Esportivo, é que a prática seja reconhecida, em Curitiba, como atividade desportiva, cultural e de inclusão social.  Para isso, Delegada Tathiana retirou do texto as referências à fiscalização, rastreamento de armas e defesa pessoal, reforçando a importância da valorização da formação técnica, ética e segura dos praticantes de todas as idades. Ela propõe a criação de núcleos de formação em parceria com clubes, federações e instituições de ensino.

A redação final é composta de três artigos de lei, que indicam seis diretrizes para as políticas públicas do setor. Elas determinam ao poder público 
valorizar o tiro esportivo como modalidade desportiva; estimular a prática responsável entre jovens e adultos; promover programas de educação técnica, ética e de segurança no manuseio de armas de fogo, voltados à prática esportiva, inclusive airsoft e carabina de pressão; incentivar a criação núcleos de formação; apoiar atletas e equipes locais na participação em competições em níveis estadual, nacional e internacional; e contribuir para o desenvolvimento de valores como disciplina, foco, autocontrole, respeito e cooperação entre os praticantes.

Na justificativa do projeto original, Delegada Tathiana argumenta que “o treinamento técnico e a educação sobre o manuseio seguro de armamentos são aspectos fundamentais dessa modalidade, que exige responsabilidade, autocontrole e respeito às normas de segurança”. Com as revisões, a proposta tramitou pela CCJ e seguiu para a Comissão de Economia.

Confira as diferenças entre o projeto e os dois substitutivos gerais protocolados

É possível apresentar emendas ao projeto original até o início da sessão plenária em que ele será votado, sendo que a precedência é do recente para o mais antigo. 

Elemento

Texto Original

1º Substitutivo Geral (22/04/2025)

2º Substitutivo Geral (26/05/2025)

Nome do programa

Programa de Fomento Armamentista Desportivo

Programa de Fomento Armamentista Desportivo

Política Municipal de Incentivo à Prática do Tiro Esportivo

Foco

Prática esportiva com armamentos + segurança pública

Prática esportiva com armamentos + segurança pública

Incentivo à prática esportiva, cultural e de inclusão

Tópicos principais

Centros de treinamento, clubes, campanhas educativas, rastreamento de armamentos

Mantém estrutura e conteúdo do original com linguagem levemente mais técnica

Formação ética, técnica e segura em parceria com clubes e instituições

Segmento

Armas de fogo para uso esportivo

Armas de fogo para uso esportivo

Armas de fogo e também airsoft e carabina de pressão

Relação com segurança pública

Forte: parceria com a Guarda Municipal, fiscalização, rastreamento

Mantida: convênios e fiscalização com forças de segurança

Retirada: texto não menciona segurança pública

Sistema de controle de armas

Prevê rastreamento, fiscalização e controle de aquisição

Mantém sistema de controle, monitoramento e parcerias com forças de segurança

Totalmente retirado: não há dispositivos de rastreamento nem controle armamentista

Tom geral da proposta

Armamentista, com ênfase no controle e defesa pessoal

Armamentista, mas mais técnica e padronizada

Esportivo e educacional, com linguagem desmilitarizada

Justificativa

Discurso sobre segurança, autodefesa e formação cidadã por meio do armamento

Adequação jurídica; sem alterações relevantes na retórica

Atendimento às recomendações da Procuradoria Jurídica

Entrada em vigor

Na data da publicação

30 dias após a publicação

30 dias após a publicação

Clique na imagem abaixo para entender como funciona a tramitação de um projeto de lei na CMC: