Câmara confirma Lei de Diretrizes Orçamentárias de Curitiba

por Fernanda Foggiato | Revisão: Alex Gruba — publicado 28/06/2022 10h45, última modificação 28/06/2022 11h01
O projeto estima um orçamento 7% maior, de R$ 9,7 bilhões, em 2023.
Câmara confirma Lei de Diretrizes Orçamentárias de Curitiba

Com nova votação unânime, a LDO define as regras e as prioridades do orçamento. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Em segunda discussão unânime, com 34 votos positivos, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) confirmou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023. A mensagem, que define as regras e as prioridades do orçamento, agora será encaminhada para a sanção do Executivo. São estimados R$ 9,7 bilhões líquidos, em receitas e despesas, para o próximo ano (013.00006.2022). Ou seja, um crescimento de 7% em relação ao orçamento de 2022.

Na composição desses R$ 9,7 bilhões, 58% seriam decorrentes de arrecadação própria, com receitas do Imposto sobre Serviços (ISS) na ordem de R$ 1,79 bilhão. Também são esperados R$ 1,2 bilhão do IPTU e R$ 420 milhões do ITBI. Nesse cenário, 15,9% seriam provenientes de transferências da União e 13,6%, do Estado. O Executivo também projeta um aumento de 19% nos investimentos, chegando a R$ 658 milhões, contra os R$ 551 milhões previstos para este ano.

>> Acesse AQUI o hotsite da LDO 2023
>> População elege obras como prioridade para o orçamento de Curitiba

A proposta tem 10 capítulos e, anexo à mensagem, especifica as metas e prioridades da gestão. A classificação também obedece à divisão por funções, subfunções, programas e ações, as quais integrarão a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023, debatida e votada no segundo semestre.

Ou seja, a Lei de Diretrizes Orçamentárias não é o orçamento da cidade propriamente dito – chamado de LOA –, mas nela é fixada a relação de metas físicas que a administração municipal promete cumprir no ano que vem. A LDO fixa limites à LOA, antecipando à população onde o Executivo planeja gastar os recursos públicos.

E as metas, por sua vez, se reportam àquelas contidas no Plano Plurianual, elaborado no primeiro ano de cada da gestão, com os programas de governo. Esse desenho legal inibe mudanças bruscas no planejamento da cidade (entenda o ciclo orçamentário). Conforme o Regimento Interno da Casa e a Lei Orgânica do Município (LOM), a sessão legislativa não pode ser interrompida, para o recesso parlamentar de julho, sem a aprovação da LDO.

Emendas à LDO
O texto ratificado pelo plenário, nesta manhã, já consolidava as quatro emendas acatadas nessa segunda-feira (27), na votação em primeiro turno. De autoria da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização, as proposições foram sugeridas pela Procuradoria Jurídica (Projuris) da Casa.

Uma das emendas tinha como objetivo suprimir mudança no Plano Plurianual (PPA) para o reequipamento dos Conselhos Tutelares, já que a CMC se antecipou e garantiu tal adequação no fim do ano passado, na aprovação no PPA de 2022 a 2025 (303.00001.2022). As outras alterações na LDO 2023 eram modificativas: uma delas alterava o artigo 10, para desambiguar a redação (304.00001.2022); outra, deixava mais nítido o cálculo da correção dos precatórios (304.00002.2022); e a última, incluía os servidores do Legislativo, que têm estatuto próprio, na regra da revisão geral da inflação (304.00003.2022).

As emendas foram admitidas em reunião extraordinária do colegiado, na semana passada. Outras nove proposições, que haviam sido apresentadas pela vice-presidente de Economia, Indiara Barbosa (Novo), foram rejeitadas e, com isso, não puderam ser votadas com o texto-base da LDO.

Debate em plenário
Na justificativa de voto, o presidente da Comissão de Economia, Serginho do Posto (União) reforçou que o orçamento estimado “atende a todos os serviços” que o Executivo disponibiliza à população, nas diferentes áreas. O vereador ainda salientou “que os investimentos colocados aqui [na LDO] serão muito importantes para o desenvolvimento da economia, para a retomada econômica”. Nesse quesito, ele já havia frisado, durante a discussão em primeiro turno, obras como o Bairro Novo da Caximba e a Linha Verde Norte-Sul, que contemplam empréstimos com instituições estrangeiras.

Vice-presidente do colegiado de Economia, Indiara Barbosa reafirmou o voto a favor do projeto do Executivo, mas lembrou das emendas de sua autoria que foram inadmitidas pelo colegiado e não puderam ser deliberadas em plenário. “Nós entendemos que, desta forma, nós vereadores perdemos a oportunidade de trazer melhorias importantes para a Lei Orçamentária”, opinou. Além de votar as leis orçamentárias, a parlamentar completou que é necessário acompanhar sua execução.

Na mesma linha, a líder da oposição, Professora Josete (PT), justificou o voto positivo, mas voltou a chamar a atenção para as demandas na área social e a pedir critérios objetivos da Comissão de Economia, da qual ela faz parte, na discussão das emendas dos vereadores. “Nós precisamos de ações efetivas do poder público para garantir as necessidades efetivas da população”, declarou. “Nos parece que é o mérito que tem sido avaliado”, completou sobre as emendas.

Homenagem póstuma
Também segue para a sanção do Executivo a homenagem póstuma a Odgar Nunes Cardoso, que denominará o Centro de Formação e Desenvolvimento Profissional da Guarda Municipal de Curitiba. Comandante emérito da Guarda Municipal, onde trabalhou por 31 anos, ele faleceu aos 60 anos de idade, em agosto de 2020, por complicações da covid-19 (009.00007.2021). O resultado, em segundo turno, foi de 27 "sim", 1 "não" e 2 abstenções. Encabeçada por Pier Petruzziello (PP), a iniciativa é assinada por diversos vereadores (saiba mais).

Em primeiro turno, o Legislativo discute a mensagem do Executivo que dispõe sobre as diretrizes da nova avaliação funcional dos servidores municipais (005.00210.2021, com o substitutivo 031.00025.2022 e subemendas). O projeto concluiu o trâmite nas comissões permanentes na última quinta-feira (23), com o aval de Serviço Público. A reunião foi extraordinária, após o debate da proposta com representantes de sindicatos e da Prefeitura de Curitiba (leia mais).

Na quarta-feira (29), última sessão prevista antes do recesso parlamentar de julho, quando o plenário e as comissões não se reúnem ordinariamente, mas podem ser feitas convocações extraordinárias, a Tribuna Livre tem como tema os 60 anos da regulamentação da psicologia no Brasil (confira).

As sessões plenárias começam às 9 horas e têm transmissão ao vivo pelos canais da Câmara de Curitiba no YouTube, no Facebook e no Twitter.