Câmara aprova criação da Semana Ativa Curitiba, no fim de setembro

por Fernanda Foggiato | Revisão: Celso Kummer** — publicado 15/09/2025 13h55, última modificação 15/09/2025 14h24
Aprovada pelos vereadores em 1º turno, Semana Ativa Curitiba visa à promoção da saúde física e mental.
Câmara aprova criação da Semana Ativa Curitiba, no fim de setembro

Autor do projeto, Bruno Rossi explicou que o Setembro Amarelo motivou a escolha da última semana as ações do evento. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Na sessão desta segunda-feira (15), em primeiro turno unânime, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) concordou com a criação da Semana Ativa. Voltada à promoção da saúde física e mental da população, a data prevê a realização de ações na última semana do mês de setembro. Segundo o autor da proposta, vereador Bruno Rossi (Agir), a escolha da data “não é por acaso”. “Setembro é o mês do setembro amarelo, a maior campanha de prevenção ao suicídio do nosso país”, afirmou.

Estudos científicos já comprovam que a prática regular de atividade física vai muito além da prevenção de doenças como diabetes, hipertensão e obesidade. Ela atua diretamente na saúde mental, reduz sintomas de depressão e ansiedade, melhora da sua autoestima, regula o humor por meio de neurotransmissores como serotonina e endorfina e fortalece os laços sociais, criando uma rede de pertencimento”, continuou Rossi. 

A ideia é que a Semana Ativa oferte aulas gratuitas em academias, praças e parques públicos de toda a cidade, além de palestras, workshops, competições esportivas, feiras temáticas e atendimentos em saúde, como espaços de escuta e avaliações físicas e nutricionais. As ações, conforme Rossi, seriam realizadas por meio de parcerias público-privadas (PPPs) e de outras parcerias não só com a iniciativa privada, mas também com universidades e o Terceiro Setor. A data faria parte do calendário oficial de eventos.

>> Você quer que vire lei? Podcast debate criação da Semana Ativa

O texto aprovado em primeiro turno, com 31 votos positivos, foi um substitutivo geral de Bruno Rossi à redação original da iniciativa, protocolada na CMC no dia 10 de janeiro (respectivamente, 005.00056.2025 e 031.00091.2025). Além disso, a proposta recebeu duas subemendas, ambas acatadas em plenário com unanimidade. A primeira delas suprimiu o artigo que pretendia delegar à Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (Smelj) a coordenação do evento (036.00022.2025).

Já a outra proposição ajustou a redação do artigo referente à realização das ações da Semana Ativa em parceria com academias, universidades, entidades do setor privado e organizações não governamentais (036.00023.2025). Se confirmada pelos vereadores na ordem do dia desta terça-feira (16) e sancionada pelo prefeito, a lei começa a valer a partir da publicação no Diário Oficial do Município (DOM).

Debate da Semana Ativa Curitiba alerta à saúde mental 

Com a participação de 19 dos 38 vereadores, o debate sobre a criação da Semana Ativa Curitiba evidenciou a preocupação com a saúde mental. “O Brasil registra cerca de 14 mil suicídios por ano, uma média de 38 pessoas por dia. Em 2023, o SUS registrou mais de 11 mil internações por tentativas de suicídio. E os dados se agravam ainda mais entre os jovens. Entre 2011 e 2022, a taxa de suicídio nessa faixa etária cresceu em média 6% ao ano”, pontuou Bruno Rossi.

“Vale lembrar que Curitiba já é referência em tantas outras áreas. E, com a Semana Ativa Curitiba, nossa principal ideia é que também sejamos protagonistas da saúde integral da nossa população”, concluiu o autor. Fernando Klinger (PL) alertou sobre a “epidemia silenciosa” do suicídio. “2025 está com o maior índice de suicídio na nossa cidade. É alarmante, e isso são dados do Corpo de Bombeiros”, afirmou.

Klinger, assim como Tico Kuzma (PSD) e Meri Martins (Republicanos), reforçaram o impacto do mundo virtual e do vício das apostas on-line para a saúde mental. O presidente da Casa ainda sugeriu que Rossi apresente uma emenda ao Orçamento de 2026, viabilizando as ações da Semana Ativa.

Na avaliação de Pier Petruzziello (PP), é necessário “cada vez mais falar sobre saúde mental” e levar o esporte, em especial, aos jovens da periferia. Relatora da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Camilla Gonda (PSB) destacou a importância da construção de políticas públicas voltadas à juventude, a exemplo daquelas para a promoção do esporte e da saúde.

A inclusão de datas no calendário oficial de eventos, observou Serginho do Posto (PSD), movimenta o debate sobre temas como a saúde mental e física, às quais o Executivo já direciona políticas públicas, além de respaldar a busca de apoio da iniciativa privada à promoção de ações. “Qualquer iniciativa que vise aprimorar e incentivar a prática da atividade física e proporcionar a melhoria da saúde mental merece o apoio da Câmara Municipal”, observou Nori Seto (PP). 

Destacando os benefícios do esporte, a vereadora Delegada Tathiana Guzella (União) chamou a atenção para o impacto do uso de drogas. Rafaela Lupion (PSD), destacou a importância da atenção à saúde mental da população idosa. “Acredito que uma cidade ativa é uma cidade mais saudável”, disse Carlise Kwiatkowski (PL), que também falou da importância do incentivo da prática esportiva para as mães atípicas

“O melhor remédio, o mais barato, é a prevenção”, comentou Marcos Vieira (PDT).  “A gente sabe o quanto o esporte é uma ferramenta transformadora de vidas”, frisou Renan Ceschin (Pode). Para Jasson Goulart (Republicanos), é necessário “movimentar as pessoas no sentido de cuidar da saúde física e mental”. Bruno Secco (PMB), Laís Leão (PDT), Lórens Nogueira (PP), Sargento Tânia Guerreiro (Pode) e Zezinho Sabará (PSD) também se somaram à discussão, em apoio à proposta de lei.

*Notícia revisada pelo estudante de Letras Celso Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques