Para conferir as 16 fotografias da exposição “Parto Com Respeito”, feitas pelo grupo Nascer em Foco, basta visitar a Câmara de Vereadores de Curitiba. As imagens de mães que optaram por partos humanizados estão no hall do Anexo II do Legislativo, e a entrada é gratuita. “O objetivo é aumentar a informação a respeito do parto humanizado, pois tem muito mito a respeito”, adianta Márcia Kohatsu, integrante do Nascer em Foco. A iniciativa tem o apoio dos vereadores Goura (PDT) e Maria Leticia Fagundes (PV).

As imagens selecionadas registram nascimentos em maternidades e também partos domiciliares planejados. Uma das integrantes do Nascer em Foco, a fotógrafa, jornalista e doula Luciana Zenti conta que a proposta, a longo prazo, é “contribuir para o empoderamento de mulheres, ampliando o acesso ao parto humanizado no SUS e reduzindo o número de cesáreas desnecessárias”. Além de Zenti e Kohatsu, o grupo é formado por Amanda Nunes e Heidi Peters. A exposição começou nesta segunda (25) e vai até sexta-feira (29), das 8h às 12h e das 14h às 18h.

“Quero agradecer às fotógrafas pela determinação em montar a exposição”, disse Maria Leticia. “Iniciativas assim fortalecem as mulheres e ajudam a desenvolver a equidade de gênero. Prestigiem pois é uma exposição importante para fazer dessa cidade um lugar melhor”, acrescentou. “Roubar de uma mulher o direito a um parto respeitoso é uma das formas mais cruéis de violência”, disse Goura. Noemia Rocha (PMDB), Fabiane Rosa (PSDC) e Professora Josete (PT) elogiaram em plenário a iniciativa.

Manifesto do parto humanizado
Em plenário, Goura leu na íntegra o “Manifesto em defesa do parto humanizado”, elaborado pelo grupo Nascer em Foco. O documento tem por base a carta compromisso do movimento Bem Nascer, de Curitiba, que reúne enfermeiras obstetras, doulas, ativistas do parto humanizado e usuários dos sistemas de saúde público e suplementar. “Este é um manifesto em defesa dos direitos reprodutivos da mulher”, afirmam as fotógrafas do Nascer em Foco.

“Nosso modelo atual de atendimento obstétrico, fortemente medicalizado e intervencionista, tem roubado da mulher o direito fundamental de ser tratada com respeito em um momento de extrema vulnerabilidade”, continua o manifesto. “A fotografia de parto é poderosa”, diz o grupo Nascer em Foco. “São mais que imagens. É um ativismo que tem como ferramenta chamar a atenção da população, por meio da beleza e da poesia. Queremos desmistificar tabus. Parto não é e nunca deveria ser sinônimo de sofrimento”.

O documento lido por Goura enumera dez “passos essenciais para a construção de um novo modelo de atenção obstétrica em Curitiba”. Elas pedem que sejam adotadas as diretrizes da OMS (Organização Mundial de Saúde), como a liberdade de movimento da mãe durante o parto e o contato pele a pele entre mãe e filho e amamentação na primeira hora após o parto. O manifesto alerta que, para a OMS, a taxa de cesáreas recomendada é de até 15%. “Em Curitiba, no SUS, esse índice é de 59,2%”, denunciam.

Investimento no sistema de atendimento com enfermeiras obstetras, garantia para a entrada de doulas nas maternidades, qualificação dos profissionais da área em práticas de parto humanizado, estímulo ao uso de métodos não farmacológicos de alívio da dor, adoção de um modelo de assistência centrado na mulher, que o cordão umbilical seja cortado apenas depois de parar de pulsar e que a mulher tenha assegurado o seu direito de escolher o local do parto completam a relação.


SERVIÇO
Mostra de fotografias Parto com Respeito, do grupo Nascer em Foco
Hall do Anexo II, da Câmara Municipal de Curitiba
De segunda (25) a sexta (29), das 8h às 12h e das 14h às 18h
Entrada gratuita, pela Visconde de Guarapuava, esquina com Lourenço Pinto.