“Não vão me intimidar”: Eder Borges rebate reportagem sobre seu mandato

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — publicado 06/05/2025 18h10, última modificação 07/05/2025 09h21
Em resposta à reportagem do The Intercept Brasil e aos pedidos de investigação à Corregedoria, Eder Borges apresentou defesa na Câmara de Curitiba.
“Não vão me intimidar”: Eder Borges rebate reportagem sobre seu mandato

Vereador Eder Borges rebateu, na Câmara de Curitiba, reportagem do The Intercept Brasil. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

“Fui eleito para defender valores e desmascarar comunistas. E, pela fúria que tenho despertado, posso afirmar: não irão me intimidar. Minha assessoria jurídica está adotando as medidas cabíveis para assegurar a devida reparação pela violação da minha honra e da honra das profissionais que integram minha equipe”, registrou, nesta terça-feira (6), o vereador Eder Borges (PL), falando no plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) sobre a reportagem do The Intercept Brasil.

A notícia diz que Eder Borges mantém um relacionamento com Andreia Gois Maciel, que se apresentava como assessora do mandato enquanto ocupava um cargo comissionado no Instituto Municipal de Turismo. A reportagem também informa que Andreia seria mãe de Victoria Maciel de Almeida, atual chefe de gabinete do vereador. “Eu me pronuncio apenas desta vez, de forma oficial, e na sequência apenas nos autos”, anunciou o parlamentar, que havia comentado o caso brevemente, ontem, quando quatro vereadoras pediram à CMC que a Corregedoria investigue o caso.

“Hoje, a sacanagem é comigo e amanhã pode ser com qualquer um dos senhores, meus pares. Eu compro briga mesmo, e tem muita gente que me odeia, e vocês acham que eu ia ser vacilão de fazer nepotismo no meu gabinete”, afirmou Eder Borges. Na tribuna da CMC, ele disse se tratar de uma acusação leviana e que sua trajetória política “sempre foi pautada pela transparência, pelo posicionamento claro e pela legalidade”. Ele atribui ao PT e aliados do Partido dos Trabalhadores esses “ataques à minha honra, por meio da disseminação de notícias falsas e de uma narrativa suja”.

“Após uma sequência de tentativas de cassar meu mandato — que evidenciam clara perseguição política, movida por motivações ideológicas —, agora tentam imputar a mim a prática de nepotismo. Tal acusação é desprovida de qualquer base concreta e se sustenta apenas em devaneios e teorias da conspiração de um site que se presta a fofocas e fake news, do qual uma vereadora desta Casa é colaboradora”, continuou. Borges disse que chamar a chefe de gabinete, Victoria, de sua enteada, era uma mentira.

“Victoria conta com minha total confiança e desempenha um trabalho inquestionável, facilmente comprovado por sua dedicação, pela frequência no gabinete, por depoimentos de colegas (inclusive de outros gabinetes), e por sua produtividade. Coordena uma jovem equipe de gabinete que, apenas neste ano, já produziu quase 1.500 requerimentos em atendimento à população. Atua também na equipe de comunicação e cursa faculdade de Marketing — sendo essa formação mais alinhada com as atividades que exerce, uma vez que sua formação em Instrumentação Cirúrgica não é exigida para sua função atual”, justificou Borges.

“Também alegam, falsamente, que vivo em união estável com sua mãe, Andreia”, prosseguiu Eder Borges. “O argumento se baseia em uma foto de 2022, tirada antes mesmo da contratação de Victoria. É igualmente falsa a alegação de que Andreia teria registrado meu endereço em um boletim de ocorrência quando foi agredida por uma usuária de drogas em situação de rua. Estive com ela na delegacia, e foi anotado o endereço dela como sendo o mesmo que o meu, por um erro de registro”, apontou.

“Inclusive, a própria matéria publicada pelo site The Intercept reconhece que, desde o primeiro semestre de 2022, não há qualquer imagem ou informação que comprove vínculo pessoal entre mim e Andreia. Sempre me referi a ela como minha assessora — no caso, assessora jurídica, com contrato terceirizado junto ao escritório que presta serviços ao meu mandato. Sobre sua nomeação no Instituto Municipal de Turismo, foi convidada a integrar o órgão porque havia demanda por suporte jurídico. Atuou por aproximadamente dois meses e, diante da reestruturação administrativa em curso, não foi possível executar os projetos inicialmente alinhados — motivo pelo qual solicitou sua exoneração”, relatou.

A manifestação completa do vereador Eder Borges está disponível no canal da CMC no YouTube.