Vereadores pedem à prefeitura critérios para a xepa da vacinação

por José Lázaro Jr. — publicado 21/06/2021 15h45, última modificação 21/06/2021 22h38
Cadastro poderia ser preenchido por maiores de 18 anos de idade que se comprometessem a chegar rapidamente até os locais de vacinação.
Vereadores pedem à prefeitura critérios para a xepa da vacinação

Com a pandemia, as sessões da CMC são feitas por videoconferência. Na foto, Márcio Barros. (Foto: CMC)

Quem receberá a xepa da vacinação em Curitiba, agora que a campanha avançou para mais faixas etárias, após idosos e grupos prioritários terem sido imunizados? Essa foi a dúvida trazida pelo vereador Jornalista Márcio Barros (PSD), nesta segunda-feira (21), durante a sessão plenária da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Em votação simbólica, os parlamentares aprovaram uma sugestão ao Executivo, do parlamentar, com critérios objetivos para essa distribuição (203.00321.2021). 

A ideia formalizada por Márcio Barros é que seja criado um cadastro oficial, para maiores de 18 anos de idade, que assumiriam o compromisso de se deslocar rapidamente até as unidades de saúde quando acionados por telefone por um agente da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). “A gente não sabe como é feita a distribuição. O cadastro garante honestidade e transparência”, argumentou o vereador, citando outras cidades, como São Paulo, nas quais um sistema semelhante já foi implantado.

Como as indicações não têm valor impositivo, servindo apenas como uma sinalização à Prefeitura de Curitiba do que poderia ser feito, Márcio Barros protocolou também um projeto de lei, na CMC, com teor igual ao da sugestão aprovada pelos colegas parlamentares (005.00170.2021). Desta forma, se os vereadores julgarem necessário, os mesmos critérios poderão ser convertidos em norma municipal.

Na sequência, Pier Petruzziello (PTB), líder do governo no Legislativo, adiantou que a SMS contatará Márcio Barros para conversar sobre a xepa da vacinação, e elogiou o parlamentar por prestar atenção “num detalhe que poderia passar despercebido”. Petruzziello disse ter sido informado que só ocorrem sobras nas doses da Coronavac, pois as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca seriam distribuídas em doses mais segmentadas – uma informação que foi questionada por Maria Leticia (PV).

Sugestões ao Executivo
Na mesma sessão, os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba aprovaram mais três indicações de ato administrativo ao Executivo. O vereador Mauro Bobato (Pode) sugeriu a inclusão dos trabalhadores da Ceasa (Centrais de Abastecimento do Paraná, que conectam produtores e consumidores de produtos hortigranjeiros na capital) nos grupos prioritários da imunização (203.00317.2021). “É uma mini cidade, com uma dinâmica insana, das 4h às 10h da manhã”, justificou. 

O plenário também apoiou a sugestão de Dalton Borba (PDT) para que os estagiários sejam incluídos nos grupos prioritários os estagiários maiores de 18 anos (203.00319.2021). “Desde maio, Curitiba começou, de forma escalonada, a vacinação dos trabalhadores do sistema educacional. Mas acontece que os estagiários, que exercem papel fundamental nas instituições de ensino, não estão sendo imunizados e eles trabalham em situações de contato com os estudantes e seus familiares”, defendeu.

Por último, a CMC também endossou outro pedido do Jornalista Márcio Barros, para que seja criada uma campanha institucional para informar ao público da existência do monitoramento de eventos adversos pós-vacinação (203.00318.2021). “Tem sido relatadas reações fortes a AstraZeneca, afetando mais as mulheres. É preciso de mais orientação na hora da vacinação e, se for mais grave, com febre, saber qual unidade procurar”, justificou.

Apesar de não serem impositivas, as indicações aprovadas na CMC são uma das principais formas de pressão do Legislativo sobre a Prefeitura de Curitiba, pois são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população para representá-los e submetidas ao plenário. Por se tratar de votação simbólica, não há relação nominal de quem apoiou, ou não, a medida – a não ser os registros verbais durante o debate.