Vereadores de Curitiba negam acusação de transfobia movida pelo MP

por José Lázaro Jr. | Revisão: Alex Gruba — publicado 17/04/2023 15h35, última modificação 17/04/2023 15h44
Eder Borges e Sargento Tânia Guerreiro são réus em denúncia movida pelo Ministério Público do Paraná.
Vereadores de Curitiba negam acusação de transfobia movida pelo MP

Vereador Eder Borges negou as acusações de transfobia movidas pelo Ministério Público do Paraná. (Fotos: Rodrigo Fonseca/CMC)

O vereador Eder Borges (PP) escolheu a manhã desta segunda-feira (17) para se defender da denúncia de transfobia movida contra ele pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR). O MP-PR acusa o parlamentar, a vereadora Sargento Tânia Guerreiro (PP) e uma terceira pessoa, identificada como “engenheiro civil”, de terem feito “manifestações transfóbicas ao criticarem em redes sociais uma publicação da Prefeitura de Curitiba por ocasião do Dia da Visibilidade Trans [em 2021]”. A ação 0005405-25.2021.8.16.0013 corre em sigilo de Justiça.

Na ocasião, o MP-PR apresentou denúncia ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que a rejeitou na primeira instância, mas revisou seu entendimento após interposição de recurso da Promotoria de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos de Curitiba. Ao acatar a ação penal, o TJ-PR retirou um terceiro vereador da denúncia, mas manteve os nomes de Borges e Guerreiro. O MP-PR argumenta que, após os comentários na publicação “Crianças Trans Existem”, a família passou a receber “ameaças à integridade física e ataques virtuais”.

“Estamos sendo acusados de transfóbicos. Isso é uma palhaçada, assim como é uma palhaçada aquele post da Prefeitura de Curitiba em 2021, fazendo propaganda sobre essas ideologias para crianças. A pessoa adulta faz o que quiser da sua vida e eu não tenho absolutamente nada com isso. Não sou falso moralista. Agora vir falar dessas coisas com crianças, daí eu fico louco. Criança tem que brincar, criança pensa em brincar, então não venha me dizer que você tem que falar para a criança que ela pode mudar de sexo”, disse Eder Borges.

A vereadora Sargento Tânia Guerreiro não levou o assunto ao plenário, mas perguntada pela imprensa, tem dito que “as coisas estão sendo mal interpretadas”. A parlamentar afirma que “sempre vem reforçando que criança deve ser apenas criança”, que ela “sempre trabalhou em defesa delas e por isso esse trabalho vai continuar”. Guerreiro afirma, sobre esse caso, que “não quis ofender ninguém e não nutriu, nem propagou ódio, especialmente em relação às pessoas referidas no post”, as quais, afirma, “nem conhece”.

“Patacoada de ativistas”
Usando a tribuna da CMC, e se dirigindo à reportagem da RIC TV, que veio entrevistá-lo sobre o assunto, o vereador Eder Borges afirmou que o caso é “mais uma patacoada de ativistas que acham que o Poder Judiciário não tem o que fazer, agora um bando de militante, maluco, pervertido, que gosta de erotizar criança, está vindo incomodar a mim e a vereadora Sargento Tânia Guerreiro no exercício do nosso mandato”.

“A vereadora Sargento Tânia Guerreiro tem uma vida de combate à pedofilia e está sendo desautorizada [a falar sobre o assunto]. Há anos que faço um trabalho no combate à doutrinação ideológica nas escolas, à erotização infantil. Essa é minha pauta e agora querem me calar. Serei implacável no combate à sexualização infantil, não retiro uma palavra”, continuou Borges.

“Esse povo vem confundir as coisas, como se eu, em algum momento, tivesse sido transfóbico. Não tem uma palavra sequer que traga esse tipo de contexto. Meu trabalho é na defesa das crianças e é também de denunciar quando a Prefeitura de Curitiba faz esse tipo de patacoada, que parece um bando de moleque juvenil, de DCE de universidade pública. Vou continuar, sim, criticando esse tipo de postura, porque isso não tem nada a ver com respeito. Isso é propaganda ideológica, isso é bandeira ideológica”, criticou o parlamentar.

“Não se deve usar da máquina pública para isso e muito menos usar criança. Isso não é assunto para criança. Criança deve brincar, deve estudar, deve viver a infância, que é sagrada. E não deve ser contaminada por esse bando de canalhas. Respeitem a população brasileira e o Poder Judiciário, que tem muito mais o que fazer. A queixa já foi rejeitada e, agora, algum estagiário e militante do Ministério Público [do Paraná] vem nos incomodar… Vão procurar o que fazer”, encerrou o parlamentar.