Vereadoras criticam suposta promoção de casa de repouso para o Natal

por Assessoria Comunicação publicado 06/12/2017 13h35, última modificação 25/10/2021 07h07

Em discurso na sessão desta quarta-feira (6) da Câmara de Curitiba, Maria Leticia Fagundes (PV) comentou o suposto anúncio publicitário que vem circulando nas redes sociais, desde a semana passada, e foi noticiado por diversos veículos de comunicação, em que uma casa de repouso de idosos oferece preços promocionais para o Natal. O estabelecimento nega a autoria da faixa, que está sendo investigada pela 1ª Promotoria de Defesa dos Direitos do Idoso de Curitiba, do Ministério Público do Paraná (MP-PR).

“Deixe seu idoso bem cuidado conosco e desfrute das festas natalinas. Idoso não é objeto, não é coisa para ser deixada no Natal e sair de divertindo”, criticou Maria Leticia. “Em 2050 a população de idosos estará triplicada.” Ela é autora da lei municipal 15.121/2017, que instituiu em Curitiba, a partir de 2018, a Semana de Exposição dos Direitos e Serviços do Idosos. A data deverá ser aprovada anualmente e contemplar o dia 1º de outubro (leia mais).

Em aparte a Maria Leticia, Maria Manfron (PP) afirmou que a suposta propaganda “não tem cabimento”. “Fiquei até abalada. Imagino meu pai, com 89 anos, com demência, ficar sozinho na noite de Natal em uma instituição”, declarou. Já Noemia Rocha (PMDB) defendeu novamente a implantação da “Creche do Vovô”, uma proposta dela desde a legislatura passada. Na avaliação da vereadora, em um equipamento público como esse, com atendimento diurno, “não se perderia o vínculo” com a família.

Defesa
Procurada pela reportagem, a enfermeira Adriana Goes, proprietária do estabelecimento que teve o nome e telefones citados na faixa, nega a autoria do material. Ela diz que o residencial, localizado no bairro Xaxim, tem 17 moradores, espaço dia e funciona “por indicação”. “Realmente desconheço a origem desta placa. Esta placa não foi feita por ninguém aqui do lar. Fizemos boletim de ocorrência, comunicamos o MP, a Promotoria do Idoso, reportamos à Vigilância Sanitária e convocamos nosso departamento jurídico”, alegou. “Está sendo investigado para ser esclarecido”, completou.

A responsável defendeu, ainda, que “a sociedade precisa ser esclarecida” à institucionalização. E argumentou que há casos em que a família precisa de ajuda para cuidar do idoso, “principalmente quando a pessoa tem limitações”. No final de outubro, quando os vereadores discutiram a Semana de Exposição dos Direitos e Serviços do Idosos, Maria Leticia informou que os dados mais recentes de Curitiba sobre a população idosa são de 2010, quando a cidade tinha 80.910 homens e 117.179 mulheres com 60 anos ou mais.

Em relação a instituições de longa permanência, Maria Leticia disse que existem quatro sem fins lucrativos, que abrigam 179 idosos, cujo repasse mensal feito pela Prefeitura de Curitiba é de R$ 1.050 por morador, e outras 120 com fins lucrativos, onde estão 2,4 mil idosos. Para a vereadora, há “preconceito contra institucionalização”.