Vereador propõe Prêmio Lala Schneider a artistas

por Assessoria Comunicação publicado 04/04/2007 16h15, última modificação 16/06/2021 07h10
O vereador Manassés Oliveira (sem partido) apresentou, na Câmara Municipal, projeto criando em Curitiba o "Prêmio Lala Schneider", a ser outorgado anualmente pelo Legislativo aos artistas que se destacarem no teatro e na música. O documento determina que cada parlamentar poderá indicar somente um nome por período legislativo. A entrega será feita preferencialmente no dia 23 de abril de cada ano, data de nascimento da atriz.
Lala Schneider nasceu em Irati e faleceu em 28 de fevereiro deste ano, na capital, aos 80 anos. Foi a maior referência do teatro paranaense, sendo considerada uma das cinco melhores atrizes do Brasil. Além de atuar no teatro, televisão, cinema, era diretora e professora de interpretação.
Dama
Conhecida como a dama do teatro paranaense, seu primeiro trabalho foi em 1950, em "O poder do amor", no teatro do Sesi. Com a chegada da televisão no Paraná, ocupou papel de destaque, encarando até mesmo fãs que não gostavam de suas vilãs nos tele-teatros. Participou de inúmeras montagens do Teatro do Estudante do Paraná, que ajudou a fundar ao lado de Armando Maranhão e Ary Fontoura, entre outros. Também fez sucesso fora do Estado com "A herdeira", atuando a convite de Bibi Ferreira (1955), e "Um bonde chamado desejo", com direção de Maria Fernanda (1966).
Integrou o elenco da peça inaugural do Teatro de Comédia do Paraná (TCP), "Um elefante no caos", de 1963. No TCP, atuou em "Colônia Cecília" e "Noite na taverna", ambas sob direção de Ademar Guerra, e "Os incendiários", com direção de Felipe Hirsch. Também dirigiu "Flô em palácio de urubus" .
Cinema e TV
No cinema, Lala Schneider trabalhou principalmente com cineastas paranaenses. Participou de "Guerra dos pelados", "Aleluia Gretchen" e "Making of Curitiba", de Silvio Bach; "O cerco da Lapa", de Berenice Mendes; "Maré Alta", de Egídio Élcio, entre outros. Seu último trabalho foi o filme "Mistéryus", que ainda não estreou, baseado em contos de Valêncio Xavier. Na televisão, representou vários papéis. Fez novelas com Roberto Menguini, no Canal 6, no início da produção televisiva do Paraná e, na Globo, atuou em "Felicidade", "Lua cheia de amor" e na mini-série "Tereza Batista". Sua última aparição foi no programa "A diarista".
Homenagem
Em 1994, o diretor e ator João Luiz Fiani inaugurou teatro com o nome de Lala Schneider, em homenagem à atriz. Sempre a considerou sua grande mestra e teve a honra de dirigi-la em 2001, no espetáculo "Cem Anos, o musical", baseado na obra de Gabriel García Márquez, que fez parte da mostra oficial do Festival de Teatro de Curitiba. Em 2007, Fiani planejava estrear o espetáculo "Esmeralda, a vida de Lala Schneider", uma biografia, na qual ela, inclusive, tomaria parte do elenco.
Prêmios
Por duas vezes, Lala recebeu o Troféu Gralha Azul na categoria Melhor Atriz por sua atuação em “Colônia Cecília” e “O vampiro e a polaquinha”. Em 2004, foi agraciada com a medalha comemorativa aos 50 anos do Guairinha, do Centro Cultural Teatro Guaíra, concedida às personalidades que fizeram parte da história do teatro paranaense. No mesmo ano, ganhou, também, o prêmio de melhor atriz no festival de cinema de Gramado, com o filme "Vovó vai ao cinema". No total, foram mais de 80 espetáculos teatrais e atuação em nove filmes e oito novelas, acumulando 16 prêmios máximos na sua categoria.