Uso do FMHIS para financiar moradias populares será discutido em Curitiba

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — publicado 02/05/2024 08h45, última modificação 29/04/2024 11h57
Prefeitura de Curitiba quer aval dos vereadores para aportar até R$ 22 mil por família. Recursos viriam do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social
Uso do FMHIS para financiar moradias populares será discutido em Curitiba

Nova modalidade de financiamento da moradia popular contará com R$ 4,4 milhões. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Nas próximas semanas, os vereadores da capital decidirão se autorizam a Prefeitura de Curitiba a utilizar os recursos do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS) para subvencionar moradias populares financiadas pela Caixa Econômica. A proposta apresentada pelo Executivo à Câmara Municipal de Curitiba (CMC) prevê aportes de até R$ 22 mil para famílias de baixa renda darem entrada na casa própria, em empreendimentos privados que tenham parceria com a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab-CT).

“O agente financeiro pode financiar até 80% do valor do imóvel, sendo que o saldo de 20%, que é o ‘valor da entrada’, deve ser pago pela família durante o período das obras. O problema é que o pagamento deste valor não financiado, da ‘entrada’, muitas vezes inviabiliza a aquisição do imóvel, uma vez que a família já possui despesas correntes com aluguel do imóvel onde reside e seu sustento”, diz a justificativa, assinada pelo prefeito Rafael Greca (005.00049.2024).

Cadastro na "fila da Cohab" será exigido das famílias que buscam o benefício

“Com esta medida, o Município viabilizará a aquisição de unidades habitacionais financiadas destinadas à população de baixa renda, cuja demanda só faz aumentar, sendo necessário o auxílio do Poder Executivo para fomentar essa relevante atividade, por meio de concretização de ações estruturadas de médio e longo prazo que criem condições favoráveis à realização de novas ações”, diz o Executivo. No documento, a Prefeitura de Curitiba prevê destinar R$ 4,4 milhões para subvenção de moradias populares - cerca de 200 famílias, tomando como referência o teto de R$ 22 mil.

Para fazer jus ao benefício, as famílias deverão residir na Grande Curitiba, estar cadastradas na Cohab-CT, renda total inferior a três salários-mínimos, ter capacidade financeira de assumir o crédito imobiliário junto ao agente financeiro, não possuir outro imóvel e nem ter sido contemplada por outros programas habitacionais. Pela norma, essa subvenção específica do Município “poderá ser concedida cumulativamente com outros benefícios de programas estaduais e federais, bem como qualquer outro recurso que venha a somar aos benefícios já concedidos para viabilizar a aquisição da unidade habitacional”.

Se não houver pedido de urgência dos vereadores de Curitiba, para encurtar a tramitação da proposta no Legislativo, ela receberá instrução técnica da Procuradoria Jurídica e passará pela análise das comissões temáticas antes de ser votada em plenário. Para ser aprovado, o projeto de lei do Executivo precisa receber duas votações positivas consecutivas, em primeiro e segundo turnos, e depois ser sancionado pelo Executivo. No caso de vetos, parcial ou integral, a proposta retorna à Câmara de Vereadores, que tem a palavra final sobre a matéria.