Urbanismo se manifesta contra os cabides solidários em bancas de jornais

por Claudia Krüger | Revisão: Ricardo Marques — publicado 23/08/2023 11h45, última modificação 23/08/2023 12h55
Apesar do voto do colegiado, matéria aguarda votação em primeiro turno pelo plenário.
Urbanismo se manifesta contra os cabides solidários em bancas de jornais

Comissão de Urbanismo se reuniu para debater três projetos de lei em pauta (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI se manifestou contrariamente, em reunião nesta quarta-feira (23), ao projeto de lei que regulamenta os chamados “Cabides Solidários”. De autoria de Professor Euler (MDB), a proposta é para que os permissionários de bancas de revistas, caso desejem, disponibilizem até dois cabides em local visível, para o recebimento de roupas a fim de doação, mas que não atrapalhem a circulação de pedestres (005.00120.2022). 

Colocar cabides e pendurar roupas para doar às pessoas necessitadas, entendo que o mobiliário não é compatível, pois não é da alçada do permissionário arrecadar ou recolher objetos, doações ou alimentos, pois a sua finalidade é a venda de produtos, o comércio com fins lucrativos”, argumentou o relator da matéria, Rodrigo Reis (União), em seu parecer. Porém, mesmo com a manifestação contrária, a proposição segue trâmite regimental e aguarda votação, pelo plenário da Câmara, em primeiro turno, já que a única comissão com prerrogativa de arquivamento é a de Constituição e Justiça. 

A matéria chegou a tramitar na legislatura anterior, mas, diante do posicionamento contrário do Sindicato dos Permissionários das Bancas (Sinjor-PR), foi rejeitada em plenário e acabou sendo arquivada (005.00168.2018). “[Naquela ocasião] foi tentado desvirtuar o objetivo principal do projeto, que é a colocação de um cabide, no qual seriam disponibilizadas roupas para doação às pessoas em posição de vulnerabilidade”, alegou Professor Euler. O Regimento Interno permite que projetos arquivados voltem a tramitar na CMC, desde que em sessões legislativas diferentes. 

Outros projetos

A relatora Giorgia Prates – Mandata Preta (PT) pediu mais informações ao Executivo sobre a proposta que regulamenta a prática do baloeirismo na cidade (005.00160.2022 com substitutivo geral 031.00001.2023). O texto autoriza a confecção e o transporte de balões artesanais de papel, sem fogo, não tripulados, além de reconhecer os balões como elementos da cultura e do folclore. Segundo o autor da proposta, Herivelto Oliveira (Cidadania), o propósito da matéria é regulamentar a produção destes itens, a fim de que não sejam apreendidos durante o transporte para o uso em locais apropriados. 

Segundo Giorgia Prates, é necessário que os órgãos competentes se manifestem, por meio de esclarecimentos técnicos, sobre a soltura de balões artesanais. Assim, o projeto requer mais informações ao Cindacta II, órgão responsável pelo controle estratégico do espaço aéreo; ao Corpo de Bombeiros; e à Secretaria Municipal do Urbanismo. 

Outro projeto que deve receber mais informações do Executivo é de iniciativa de Amália Tortato (Novo) e trata do comércio ambulante na cidade, alterando o artigo 10 da lei 6.407/1983, suprimindo a previsão da apreensão das mercadorias e criando novo rol de reprimendas (005.00161.2022 com substitutivo geral 031.00088.2022). Segundo o relator, Rodrigo Reis, as alterações propostas pela vereadora poderão prejudicar as pessoas de baixa renda. Por isso, pediu mais informações ao Executivo sobre a matéria. 

A Comissão de Urbanismo é formada pelos vereadores Mauro Bobato (Pode), presidente, Rodrigo Reis (União), vice, Giorgia Prates – Mandata Preta (PT), Herivelto Oliveira (Cidadania) e Zezinho Sabará (União). A pauta completa da reunião está disponível no Sistema de Proposições Legislativas (SPL).