Segurança no trânsito: prevenção de acidentes será tema de debate na CMC

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Ricardo Marques — publicado 03/04/2024 11h40, última modificação 03/04/2024 11h50
Vítima de acidente de trânsito foi recebida pelo colegiado de Direitos Humanos e fez um apelo ao Legislativo, buscando mais apoio à conscientização da população.
Segurança no trânsito: prevenção de acidentes será tema de debate na CMC

Ricardo Romanel relatou o acidente de trânsito sofrido em 2022, cuja gravidade o levou a ter uma das pernas amputadas. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

O Maio Amarelo voltará a ser foco de ações dentro da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Nesta terça-feira (2), a Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania, Segurança Pública e Minorias deliberou pela realização de uma audiência pública que irá tratar da segurança no trânsito. A decisão aconteceu após o colegiado receber a presença de Ricardo Romanel, estudante de Direito que foi vítima de um grave acidente há dois anos. 

A convite do presidente do colegiado, Jornalista Márcio Barros (PSD), Ricardo Romanel relatou a sua história e como o acidente mudou a sua vida e sua percepção sobre o trânsito da cidade. Em abril de 2022, quando voltava para sua casa, no bairro Água Verde, sua motocicleta foi atingida na contramão por um veículo que estava sendo conduzido por um motorista alcoolizado. O condutor fugiu do local, sem prestar socorro, e após quatro dias em coma, a vítima acordou e viu que uma de suas pernas fora amputada, devido à gravidade da colisão. 

O acidente, relatou o estudante, mudou a sua vida. Além de parar com a prática esportiva, que fazia parte da sua rotina, hoje Ricardo Romanel tem dificuldades para caminhar pelas ruas da cidade, pois as calçadas, em grande maioria, não “agregam conforto e segurança” para pessoas com deficiência física, como ele, ou que têm mobilidade reduzida. Ele contou, também, que decidiu ingressar no curso de Direito (hoje está no 3º período) e quer se especializar para atender motociclistas vítimas de acidentes de trânsito. 

Romanel ainda defendeu que as autoescolas precisam reforçar as aulas a respeito das leis de trânsito, para que os futuros motoristas tenham consciência de que os veículos podem se tornar uma arma, se usados de forma irresponsável. “Sozinho não vou conseguir, por isso eu conto com os senhores e as senhoras”, disse o convidado, ao pedir apoio do Legislativo, para a realização de mais ações de prevenção aos acidentes de trânsito, em especial aos acidentes envolvendo motocicletas. 

Audiência pública vai integrar calendário do Maio Amarelo

Os integrantes da comissão se solidarizam com a história de Ricardo Romanel e, diante do seu apelo, deliberaram favoravelmente à sugestão de Bruno Pessuti (Pode) para que a Câmara Municipal promova uma audiência pública no próximo mês, para integrar as ações de conscientização do trânsito da campanha Maio Amarelo. 

A lei nasce para atingir um fim, e se não atinge o fim, é uma letra morta. Há leis que impedem que o sujeito dirija embriagado. Isso é inadmissível. Não dá para entrar em um bar e beber, beber em excesso, e depois pegar o seu carro e transformar o resto da sociedade em vítimas potenciais da tua imprudência”, disse Dalton Borba (PDT), ao ponderar que a fiscalização sobre o uso de álcool antes de dirigir é falha não só em Curitiba, mas em todo o país. 

No dia a dia temos que conscientizar as pessoas para que o trânsito seja menos violento. Nenhuma pessoa merece morrer ou se ferir no trânsito, nos seus deslocamentos”, emendou Bruno Pessuti. “Segundo os números a que tive acesso [do Siate - Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência], de cada 10 acidentes de trânsito, sete envolvem motociclistas”, informou o presidente do colegiado, Márcio Barros. 

A ideia é trazer para o debate no Legislativo os órgãos envolvidos na fiscalização, como Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito e a Delegacia das Leis de Trânsito, Siate e os representantes das autoescolas. A audiência pública tem data prevista para 8 de maio, às 14h. Também participou do debate a vereadora Sargento Tânia Guerreiro (Pode). 

Qual a função da Comissão de Direitos Humanos?

Compete ao colegiado as discussões relacionadas ao exercício dos direitos humanos, da cidadania, das minorias, da mulher, da criança e da pessoa idosa. São membros do grupo Jornalista Márcio Barros, presidente; Giorgia Prates – Mandata Preta (PT), vice-presidente; Bruno Pessuti, Dalton Borba e Sargento Tânia Guerreiro. As reuniões ordinárias são quinzenais, às terças-feiras.