Secretário confirma realização de Oficina de Música em 2018

por Assessoria Comunicação publicado 30/03/2017 21h45, última modificação 15/10/2021 08h40

O presidente da Fundação Cultura de Curitiba (FCC), Marcelo Cattani, garantiu a realização da 35ª Oficina de Música de Curitiba em 2018. Ele anunciou isso na Câmara Municipal, em reunião pública nesta quinta-feira (30), promovida pelo Professor Euler (PSD), que é presidente da Comissão de Educação, Cultura e Turismo. Confira o áudio na íntegra da reunião aqui.

Para o vereador, é importante discutir os rumos do evento, que acontece tradicionalmente no mês de janeiro, mas que neste ano foi cancelado por questões financeiras e jurídicas, conforme argumentou o prefeito Rafael Greca, no início do ano. “Vamos ouvir os dois lados e tentar encontrar a melhor solução para esta questão”, disse Euler.

Durante sua fala, Marcelo Cattani também afirmou que, embora tenha sido criada a expectativa de que a Oficina pudesse ser realizada no mês de julho, trata-se de uma medida “inviável” diante das dificuldades enfrentadas pela administração, citando, inclusive, os 12 projetos enviados pelo prefeito à Câmara para recuperação financeira do município. “Mas temos a autorização de programar a próxima Oficina para o primeiro trimestre de 2018. Ainda precisamos de um planejamento para definir o calendário e um plano de marketing para reposicionar o evento. Mas vamos tentar recuperar esse tempo perdido”, afirmou.

A maestrina e também organizadora da Oficina, Priscilla Prueter, lamentou os efeitos negativos que o cancelamento do evento provocou e que a repercussão disso nos meios de comunicação e redes sociais refletiu a importância da iniciativa para a cidade. “Temos um evento que é referência em termos educacionais e artísticos, de renome internacional e pioneiro em diversas áreas. O precedente que este cancelamento abriu é muito perigoso”, advertiu.

Priscilla Pruetter encaminhou três pedidos aos vereadores. Um deles é para que a Câmara crie mecanismos que garantam a destinação de recursos e de espaços adequados para a realização da Oficina de Música. O outro é para que a Prefeitura esclareça de que maneira utilizou o dinheiro que estava previamente destinado para a realização do evento, conforme a Lei Orçamentária Anual para 2017. Por fim, ela pediu o reenvio do Plano Municipal de Cultura para a apreciação da Câmara, que foi enviado na gestão passada, mas não chegou a ser votado e foi arquivado por final de legislatura (leia mais). O vereador Goura (PDT) reforçou o pedido para que o texto do plano fosse enviado à Câmara para que os vereadores pudessem dar sugestões sobre o projeto.

O planejamento das atividades culturais para os próximos quatro anos foi destacado como prioridade pelo diretor-executivo do Instituto Curitiba de Arte e Cultura (ICAC), Marino Galvão Junior. “Muito do que temos feito está em consonância com as ideias que estão no projeto do Plano de Cultura. Nossa intenção não é desfazer aquele plano que já foi verificado e veio da outra gestão”, disse. “Também já fizemos pesquisas para conhecer a dinâmica de outros eventos musicais pelo Brasil. Estamos estudando como reposicionar a Oficina, pois se trata do mais importante e completo evento [de música] da América Latina. Por isso a destinação de emendas estaduais e federais é fundamental. Curitiba carrega sozinha o piano para a realização da Oficina”, comentou.

A reserva de emendas ao orçamento da cidade para 2018 foi defendida pelo vereador Felipe Braga Côrtes (PSD). Para ele, “foi um erro muito grande” a não realização da Oficina. “Respeitando a proporção, é como se o Rio de Janeiro resolvesse por um ano deixar de realizar o carnaval”, disse. Para Marcos Vieira (PDT), toda a área cultural da capital está sendo afetada. Ele citou o prejuízo na realização do carnaval de Curitiba e agora dos eventos da Paixão de Cristo. “Não podemos contrapor áreas essenciais [cultura e saúde]. Sabemos que não havia dinheiro, mas dentro do todo da prefeitura, era um valor irrisório [R$1,7mi]”, comentou Goura. Ele também sugeriu que fosse realizada outra reunião pública, no próximo semestre, para discutir questões culturais.

Além de pessoas ligadas à área cultural da cidade, ainda estiveram presentes na reunião os vereadores Fabiane Rosa (PSDC) e Pier Petruzziello (PTB), o professor da UTFPR Marcos Schiefler e o curador da Oficina de Música João Egashira.