Prorrogação da bandeira vermelha repercute na sessão plenária

por Fernanda Foggiato — publicado 29/03/2021 15h35, última modificação 29/03/2021 15h46
Decreto publicado na sexta-feira flexibilizou algumas medidas, mas manteve outras restrições até o dia 5 de abril.
Prorrogação da bandeira vermelha repercute na sessão plenária

Vereadores mantêm o debate da pandemia durante as sessões plenárias. (Foto: Carlos Costa/CMC)

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) debateu, na sessão remota desta segunda-feira (29), o decreto 630/2021, publicado pelo Executivo na última sexta-feira (26). Apesar da flexibilização de algumas atividades, como o funcionamento da construção civil, o documento manteve a bandeira vermelha até o próximo domingo (5).

Marcelo Fachinello (PSC) disse que alguns pontos sugeridos pelos vereadores têm sido contemplados. Segundo ele, a prorrogação do prazo para o pagamento do Imposto sobre Serviços (ISS) foi resultado de agenda com o secretário municipal de Finanças, Vitor Puppi. “Outras demandas, como a reabertura das feiras de rua, não foram contempladas”, observou.

O vereador também apontou a entrevista concedida pelo prefeito Rafael Greca, de que o comércio pode ser reaberto após a Páscoa, e reforçou o apelo pela retomada das atividades dos centros esportivos e das academias, caso ocorra a mudança da bandeira. Fachinello afirmou que o segmento já seguia mais de 40 protocolos de segurança. “O esporte, a atividade física, esses sim ajudam no sistema imunológico. Ou seja, na prevenção. Esse setor também quer ajudar a resolver o problema.”

Continuo sem entender qual o critério objetivo”, declarou Denian Couto (Pode) sobre os indicadores de alerta ao risco de contágio da Covid-19. “Estamos há um mês praticamente numa bandeira vermelha.” O vereador voltou a pedir o diálogo do Executivo com os vereadores, com espaço para perguntas. Ele sugeriu a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, seja convidada para um debate na sessão extraordinária desta quinta-feira (1º), quando está prevista a votação de mensagem em segundo turno.

Nós somos, graças ao pluralismo político, fundamento do Estado brasileiro, a representação da nossa cidade”, completou Couto. “Ontem [28] estive a manhã inteira com a secretária Márcia, acompanhando a vacinação”, afirmou o presidente da Casa, Tico Kuzma (Pros). Ele se dispôs a verificar a disponibilidade da titular da Saúde.

Pandemia

A população quer respostas de seus representantes. Os comerciantes e os desempregados esperam nossa ajuda. Quem tem fome não pode esperar”, disse Flávia Francischini (PSL). Conforme a vereadora, o governador Ratinho Junior apresenta, nesta terça-feira (30), programa voltado a pequenos empresários da gastronomia e do setor de eventos baseado em propostas de lei de sua iniciativa, em tramitação na CMC (005.00061.2021), e de Fernando Francishini (PSL), apresentada na Alep.

Os projetos teriam sido construídos com o segmento. “Sabemos que os impactos do isolamento do social foram catastróficos para a atividade, infelizmente sem perspectiva de retorno. Sabemos que algo precisa ser feito, e o governador foi sensível a esses apelos. E é assim que deve ser, os poderes juntos trabalhando”, argumentou.

Já Ezequias Barros (PMB) leu trecho de entrevista do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz Britto Ribeiro, para quem “dizer que o tratamento precoce não tem efeito é mentira”. “E nós sabemos que está politizada toda essa questão”, opinou o parlamentar. “Tratamento precoce já, enquanto a vacina não chega [a todos].”

 “Não sei por que continuar insistindo nessas mentiras”, respondeu Renato Freitas (PT). Ele citou reportagens sobre casos de pacientes na fila por transplantes devido ao uso de medicações sem comprovação científica para a Covid-19. Alexandre Leprevost (Soliedariedade) registrou que hoje seria a vacinação de seu pai, que há quatro mesesluta contra as sequelas dos chamados tratamentos precoces”. “Seguimos acreditando e com fé que ele vai conseguir vencer essa luta”, declarou o primeiro vice-presidente da CMC.