Projeto que prevê controle de pombos segue para sanção

por Assessoria Comunicação publicado 10/08/2011 19h50, última modificação 11/08/2021 10h07
Segue para sanção do prefeito Luciano Ducci projeto de lei do vereador Zé Maria (PPS), que dispõe sobre a captura e controle de pombos. O documento foi aprovado por unanimidade em segundo turno, na tarde desta quarta-feira (10), na Câmara de Curitiba. Na tribuna da Casa, o parlamentar explicou que a medida deverá ser viabilizada pela iniciativa privada, por meio de licitação pública, e fiscalizada pela prefeitura municipal. “Precisamos evitar a contaminação através desses agentes transmissores”, ressaltou, informando que, para isso, será preciso instalar em áreas apropriadas uma espécie de contêiner com acomodação ideal para captura, hospedagem, alimentação e tratamento necessário, evitando maus-tratos e extermínio das aves, assim como seu crescimento desordenado. “A ação garantirá a cura das aves sem precisarmos extinguir a espécie”.
Segundo Zé Maria, “são mais de 20 as doenças transmitidas pelo pombos, entre elas a salmonelose, histoplasmose, toxicoplasmose, ornitose e alergias de maneira geral.” O vereador acrescentou que os piolhos de pombos, que são ácaros que vivem em seu corpo, são transmitidos para o homem, no qual produzem alergias e dermatites bastante severas. “Apesar de os pombos terem vários significados, dentre eles a paz, não podemos esquecer que esses pássaros, aparentemente inofensivos, provocam vários malefícios ao homem e seu ambiente, colocando em risco a vida das pessoas.”
Ao citar casos de morte ocasionados pela criptococose (doença do pombo) e enfatizar que as fezes dos pombos, contaminadas por fungos e bactérias, podem causar doenças respiratórias, afetando o sistema nervoso central, o vereador contou que está sendo procurado por diversos parlamentares de outros municípios e assessores, que pretendem adotar medidas semelhantes, na busca de soluções ao problema. “Tais aves são classificadas como ‘pragas’ pelos vários órgãos ambientais em toda parte, pois se reproduzem muito, dada a facilidade com que encontram alimentos e abrigo”.
Debate
Em apartes, os vereadores apoiaram a iniciativa, afirmando se tratar de questão de saúde pública. “É imprescindível esse controle. Por falta de informação, em alguns lugares a população acaba alimentando as aves, fazendo com que a espécie se reproduza de tal forma a se tornar uma praga”, comentou Professora Josete (PT). A vereadora Nely Almeida (PSDB) disse que em 1978, em uma viagem à Itália, constatou que já havia o controle em diversas cidades. Investir na conscientização da população, mostrando que é um erro alimentar os animais, em praças e parques da cidade, foi a sugestão do vereador Jair Cézar (PSDB), que ocupou a tribuna da Casa para apoiar a iniciativa de Zé Maria. Julieta Reis (DEM) alertou que as fezes dos pombos são ácidas e deterioram monumentos históricos, madeiras e vigas de telhado, gerando prejuízo para a população e a cidade.
Aldemir Manfron (PP), autor da lei sancionada pelo então prefeito Beto Richa, que institui em Curitiba campanha educativa sobre os malefícios gerados pela infestação de pombos em áreas urbanas, também registrou seu voto favorável à proposta. Manfron lembrou que a lei sugere princípios de controle das aves por meio da higienização dos locais onde há pombos, além da retirada dos ninhos e da não alimentação por parte da população. “Com a escassez de alimento, a ave não se reproduz tanto, migra para outras regiões e deixa a área livre de contaminação. São medidas preventivas e ecologicamente corretas”, explicou Manfron, parabenizando o engajamento do vereador Zé Maria na defesa da saúde da população.