Presidente da Urbs diz que mais ônibus metropolitanos reduziriam lotação

por José Lázaro Jr. — publicado 15/04/2021 17h25, última modificação 16/04/2021 11h57
Gestor da Urbs, Ogeny Neto participou de reunião da Comissão de Serviço Público e tirou dúvidas dos parlamentares.
Presidente da Urbs diz que mais ônibus metropolitanos reduziriam lotação

Em razão da pandemia, as comissões da CMC têm ocorrido por videoconferência. (Foto: Reprodução/YouTube CMC)

“Antes da pandemia, nós tínhamos aproximadamente 14.400 viagens por dia. Hoje, estamos na faixa de 10 mil viagens por dia com a frota atual [do transporte público de Curitiba]. Nesta quarta (14), tivemos 301 mil passageiros no sistema de transporte coletivo e todos os dias fazemos essa conta. Antes, eram 756 mil passageiros por dia. Então temos uma redução, no dia de ontem, de 60% em relação a março do ano passado Chegamos a ter 390 mil passageiros”, relatou, nesta quinta (15), aos vereadores da Comissão de Serviço Público, o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto (confira aqui).

Realizada por videoconferência, a reunião conduzida foi pelo vereador Ezequias Barros (PMB), que preside o colegiado da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), com a participação da Professora Josete (PT), Hernani (PSB), Mauro Bobato (Pode) e Leonidas Dias (SD). A resposta de Ogeny foi dada a uma pergunta da vereadora Josete, sobre a lotação do transporte coletivo e o risco de contágio pelo coronavírus. “Os ônibus chegam lotados [da região metropolitana]. Temos que pressionar a região metropolitana a pôr mais ônibus nas linhas integradas com Curitiba. São as linhas metropolitanas que nos causam problemas [de lotação na pandemia]”, continuou o presidente da Urbs.

Sobre o comentário de Ezequias Barros a respeito das críticas feitas pelo empresariado, Ogeny Neto utilizou o exemplo do presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Camilo Turmina, que chegou a sugerir que se os empregados usassem o valor da condução para optar por caronas coletivas estariam mais protegidos da pandemia. “Qual foi a última vez que alguém aqui [na reunião de Comissão de Serviço Público] fez a assepsia do seu carro? Os ônibus passam por duas assepsias por dia”, rebateu o gestor do transporte. “Eu não faria essa orientação aos empresários. O transporte coletivo é seguro”.

Escalonamento
Exibindo relatórios internos da Urbs, o presidente do órgão se mostrou favorável ao escalonamento do horário de entrada dos trabalhadores por segmento da atividade econômica. “É o que já fizemos no decreto [atual], colocando mais para frente o horário de abertura dos shoppings, por exemplo. A intenção é incluir o espraiamento dos trabalhadores de serviços que trabalham nos shoppings e das pessoas físicas que frequentam esses estabelecimentos”, disse Ogeny, demonstrando como é feito esse acompanhamento dentro do órgão, por meio de um sistema que cruza dados da bilhetagem por atividades econômicas.

“Eu sou parceiro em reunir com os vereadores e pensar uma legislação definitiva sobre o espraiamento [do horário das atividades econômicas]. Podemos criar um grupo específico, até no Conselho Municipal de Transporte, para fazer uma sugestão. Gostaria de incluir visões diferentes, do comércio e dos serviços também”, colocou-se à disposição o presidente da Urbs. Ogeny Neto também se dispôs a apresentar dados das linhas mais problemáticas, em termos de lotação, pois “são as linhas que temos que colocar ônibus extras”.

Respondendo a Leonidas Dias, sobre a aglomeração nos terminais de ônibus, insistiu que mais transporte metropolitano escoaria melhor a população, prevenindo a concentração de pessoas. Como opção, adiantou haver pesquisa em curso para ampliar as integrações temporais, para que as pessoas não precisem ir até os terminais de ônibus para chegarem ao seu destino. “Estamos estudando”, afirmou Ogeny Neto. “Temos fiscalização in loco desde o início da pandemia. Há marcação no chão, indicando a lotação permitida no decreto”, acrescentou.

O gestor da Urbs explicou que a lotação máxima dos ônibus está atrelada à bandeira em vigor na cidade de Curitiba. Ogeny Neto apresentou que, em parâmetros técnicos, calcula-se seis pessoas por metro quadrado como a quantidade máxima permitida no Brasil dentro dos ônibus, então quando a cidade reduz para 50% a lotação, isso significa ter até três pessoas por metro quadrado. "Em geral, os ônibus têm 20% da lotação em lugares sentados, ficando o restante para passageiros em pé. Então não é por ter gente em pé que o ônibus está lotado", explicou.