Prefeitura vai contratar mais médicos para Saúde, diz Márcia Huçulak

por Assessoria Comunicação publicado 13/02/2019 13h10, última modificação 04/11/2021 08h09
“Tivemos no ano passado a autorização para a contratação de 40 médicos, 40 técnicos e 20 enfermeiros, mas a demanda não foi atendida. Agora estão sendo chamados mais 86 médicos, 110 técnicos [de enfermagem] e 27 enfermeiros do banco [cadastro de reserva] do último concurso”, respondeu a secretária municipal de Saúde, Márcia Cecília Huçulak, aos vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). A falta de médicos no quadro da pasta foi um dos principais questionamentos feitos em plenário nesta quarta-feira (13), durante a audiência pública de prestação de contas referente ao último quadrimestre de 2018.
 
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Ao ser indagada por Toninho da Farmácia (PDT), Mauro Bobato (Pode), Professor Silberto (MDB) e Marcos Vieira (PDT) sobre a falta de médicos nas unidades de saúde, a gestora do SUS de Curitiba respondeu que nem todos os 40 profissionais que foram chamados pela SMS no ano passado ocuparam as vagas porque, em sua maioria, “eles querem trabalhar em regime de plantão” ao invés de cumprirem horários fixos em locais preestabelecidos. Por isso, uma nova lista de convocados foi divulgada nesta semana, pela prefeitura.

Bobato, Marcos Vieira e Silberto reclamaram do deficit de médicos na Regional Bairro Novo e pediram uma solução paliativa para o problema, até que as vagas sejam preenchidas. “A qualidade [do atendimento na US] está boa, mas precisamos de mais profissionais”, reforçou Toninho da Farmácia. A secretária respondeu que faltam 22 servidores somente no Distrito Sanitário Bairro Novo e que a SMS vai organizar mutirões de atendimento, aos sábados.

“[Temos] 876 médicos na Secretaria de Saúde, sendo 500 deles atuando diretamente nas unidades básicas de saúde. Mas também temos médicos nos centros de especialidade, médicos auditores – que é obrigatório na gestão [do SUS] – e médicos no controle epidemiológico. Infelizmente teremos que esperar o chamamento dos médicos. O que vamos fazer é colocar os profissionais para atender aos sábados, pagando hora extra”, complementou Márcia Huçulak. A expectativa, segundo ela, é que os mutirões comecem neste sábado (16) e que, em até 60 dias, os novos médicos, enfermeiros e técnicos já estejam trabalhando.

UPAs e OS
A secretária de Saúde também foi sabatinada pelo plenário em relação às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e ao modelo de administração por meio das organizações sociais (OS). Sobre a reabertura da UPA Pinheirinho – em obras desde dezembro de 2018 –, mencionada por Tico Kuzma (Pros), ela informou que a reforma era para ser mais simples, com a adequação do espaço para o atendimento à saúde mental, mas com a permanência do atendimento de urgência e emergência, o projeto é adequar o espaço para ser uma “UPA padrão”. “Descobrimos um vazamento enorme. E isso é como uma obra na sua casa, você quebra um azulejo e descobre que tem que quebrar tudo”, exemplificou.

Ainda segundo Márcia Huçulak, a UPA Pinheirinho vai reabrir com a mesma equipe que, atualmente, está realocada em outras unidades. “A previsão é modificar apenas o processo de trabalho para dar mais transparência e agilidade no atendimento”. A secretária ainda ponderou que o grande problema das unidades de pronto atendimento é a cultura da população, que procura a UPA como se fosse uma clínica ou unidade básica de saúde. “Ali é para atendimento de urgência e emergência”, reforçou.

Sobre o modelo de gestão da OS, hoje implantado na UPA CIC, a gestora da SMS apresentou breve análise, solicitada por Professor Euler (PSD). “Até a presente data, nossa equipe não tem nada que desabone a conduta da organização social da UPA CIC”, respondeu, ao destacar que a vantagem do modelo é a agilidade na contratação dos profissionais, quando necessário. Para Márcia Huçulak, para garantir uma boa prestação de serviço é preciso “escolher bem o parceiro”. “Não fomos contratando. Nós qualificamos as OS, que hoje são oito e podem prestar serviços em Curitiba. Agora é preciso acompanhamento, é preciso ‘fungar no cangote’ como eu mesma digo na secretaria.”

Outros temas
O contrato da SMS com a Fundação de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (Feaes) e o atendimento a gestantes em situação de vulnerabilidade foram dois de diversos outros temas levantados em plenário. À Noemia Rocha (MDB), por exemplo, a secretária de Saúde informou que a pasta acompanha e monitora 10 gestantes, três delas moradoras de rua e outras sete pacientes do CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial) e que o programa Consultório de Rua atua de forma integrada com as equipes da Atenção Primária e da Saúde Mental.

Já à Maria Leticia Fagundes (PV), Márcia Huçulak informou que a Feaes tem um contrato de prestação de serviço com a Prefeitura de Curitiba, que pressupõe o estabelecimento de metas qualitativas e quantitativas para as unidades que ela gerencia. Também explicou que o aumento de demanda da rede municipal de Saúde deve-se à procura de pacientes vindos do interior do Paraná, e não da região metropolitana. “A Central de Leitos sempre foi metropolitana”, complementou, ao destacar que 100% das internações pelo SUS são auditadas, com a revisão de prontuários e visita aos leitos.

A secretária ainda respondeu dúvidas e comentários levantados pelos vereadores Ezequias Barros (PRP), Julieta Reis (DEM), Herivelto Oliveira (PPS), Maria Manfron (PP), Oscalino do Povo (Pode), Pier Petruzziello (PTB) e Zezinho Sabará (PDT). A prestação de contas da SMS e o debate com todos os parlamentares podem ser assistidos, na íntegra, no nosso canal do Youtube.