Prefeitura e Câmara de Curitiba entregam R$ 3 milhões em equipamentos a hospitais

por José Lázaro Jr. | Revisão: Vanusa Paiva — publicado 11/03/2022 16h55, última modificação 14/03/2022 08h20
Na mesma cerimônia, Rafael Greca sancionou o Dia da Gratidão, que faz do 11 de março a data para agradecer aos profissionais da Saúde pela luta contra a pandemia.
Prefeitura e Câmara de Curitiba entregam R$ 3 milhões em equipamentos a hospitais

Cerimônia da entrega simbólica dos equipamentos aos hospitais, na qual foi sancionada a lei do Dia da Gratidão. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Nesta sexta-feira (11), a Prefeitura de Curitiba fez a entrega simbólica de R$ 3 milhões em equipamentos médicos aos hospitais da capital do Paraná que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A aquisição foi possível graças às emendas parlamentares que a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) destinou para o fortalecimento do SUS em 2021. 

O prefeito Rafael Greca agradeceu à CMC o “valor significativo” destinado pelos vereadores à Saúde e repetiu que quanto “mais pudermos, mais faremos”. “Esses equipamentos simbolizam mais agilidade nos serviços de saúde, eles são facultados aos hospitais que integram a rede do SUS curitibano”, disse o chefe do Executivo. São recursos direcionados para a Saúde por 29 dos 38 parlamentares da legislatura passada, em emendas individuais e coletivas, para a compra de 41 equipamentos.

Falando pelos hospitais, o diretor-geral do Hospital Universitário Cajuru, Juliano Gasparetto, agradeceu “aos vereadores que abraçaram os projetos [dos hospitais] e mobilizaram a base para a gente conseguir se recompor”. “Nós somos muito gratos a todos os vereadores da CMC, pois aqui tem emendas da base e de fora da base, e isso mostra uma maturidade da democracia. Independente do lado, estão todos em prol do cidadão de Curitiba”, acrescentou Márcia Huçulak, secretária municipal da Saúde (SMS).

“O orçamento da Saúde é o maior da cidade, mas as nossas demandas são infinitas e o custeio da rede é muito alto. Especialmente nesses dois últimos anos com a covid-19. Essas emendas foram para hospitais que atendem SUS e que também têm muitas dificuldades, pois o custeio é muito pesado, daí não conseguem reinvestir”, justificou a gestora da SMS. Na fala, ela brincou com os parlamentares, pedindo mais recursos para a Saúde nos anos seguintes.

Em resposta, o presidente da CMC, Tico Kuzma (Pros), lembrou que para o orçamento deste ano os vereadores da Câmara reservaram mais de R$ 9 milhões em emendas, sendo R$ 2,5 milhões para reformas de Unidades de Saúde em todas as regionais, e mais R$ 7 milhões para os hospitais da cidade que atendem o SUS. Citando a economia de R$ 26 milhões pela Câmara em 2021, Kuzma lembrou o compromisso de Greca em gastar R$ 8 milhões desse montante na Saúde, para mais reformas nas unidades da secretaria.

“A Câmara vem colaborando com a cidade, por meio das emendas. A CMC sempre estará ao lado da Saúde de Curitiba, seja apresentando sugestões, seja votando e aprovando projetos de lei do interesse da cidade”, prometeu Tico Kuzma. No evento, Greca reiterou a qualidade do SUS na cidade. “É com imensa alegria que nós, tendo derrotado a peste, que trouxe o medo e a morte, agora podemos afirmar a vida em plenitude. Nós vemos um sistema de saúde robusto, bem conduzido, numa cidade voltada a fazer o bem e a defender um SUS que é um exemplo e lição de vida”, diz Greca. 

Equipamentos doados
O Hospital Erasto Gaertner receberá um aparelho de anestesia (R$ 119 mil); o Hospital Madalena Sofia ganhará dois ventiladores pulmonares e seis monitores paramétricos (R$ 167,9 mil); o Hospital Universitário Cajuru terá uma nova torre de vídeo e sete perfuradores pediátricos (R$ 655 mil); o Hospital Evangélico Mackenzie passa a contar com um aparelho de ultrassom, um cardiotocógrafo, um tomógrafo ocular e um videobroncoscópio (R$ 728 mil); a Santa Casa de Curitiba receberá um  carro maca, sete mesas cirúrgicas e um kit de tração ortopédica (R$ 644,9 mil); a Maternidade Mater Dei ficará com um aparelho de ultrassom, cinco poltronas e uma TV led (R$ 49 mil); o Hospital do Idoso terá um novo videobroncoscópio, um aparelho de ultrassom e uma central de vácuo (R$ 302,8 mil); e o Hospital do Trabalhador ficará com um novo motor elétrico com drill, trepano, craniótomo e fresa (R$ 357,8 mil).  

Esses equipamentos foram adquiridos graças a emendas de Alex Rato, Bruno Pessuti, Cacá Pereira, Cristiano Santos, Dalton Borba, Dona Lourdes (in memoriam), Dr. Wolmir Aguiar, Ezequias Barros, Felipe Braga Côrtes, Herivelto Oliveira, Marcos Vieira, Maria Leticia, Maria Manfron, Mauro Bobato, Mauro Ignácio, Oscalino do Povo, Osias Moraes, Noemia Rocha, Paulo Rink, Pier Petruzziello, Professor Euler, Professor Silberto, Rogério Campos, Sabino Picolo, Serginho do Posto, Tico Kuzma, Thiago Ferro, Toninho da Farmácia e Zezinho Sabará. No ano passado, em duas cerimônias distintas, os hospitais de Curitiba já receberam R$ 1 milhão e R$ 575 mil.

Dia da Gratidão
Na mesma cerimônia,  o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, sancionou a criação do Dia da Gratidão na capital do Paraná. Trata-se de uma lei municipal aprovada pela Câmara de Vereadores para homenagear os profissionais da Saúde que estiveram na linha de frente do combate à pandemia do coronavírus. A iniciativa é do vereador Tico Kuzma (Pros), presidente da CMC, e sugere o dia 11 de março para a celebração, em alusão à data do primeiro caso registrado de covid-19 na capital (005.00273.2021).

É nesse sentido que hoje, portanto, com diversos profissionais da SMS participando da cerimônia de entrega dos equipamentos, dois anos depois da pandemia do novo coronavírus ter chegado à capital, foi a primeira celebração do Dia da Gratidão. Bradando que “a gratidão é a memória do coração”, Greca compartilhou com os presentes a reflexão que “a nossa força vem do sentimento de amor e do dever cumprido, do respeito ao próximo e à ciência e do serviço profissional bem feito. Tudo é exemplo da qualidade do SUS curitibano”.

“Foi um tempo de luta, de medo e de incompreensões. Os filhos do mal e da ignorância tentavam tirar proveito de uma ou de outra situação. Tínhamos medo que Brasília nos faltasse, enquanto tivemos o Mandetta nos sentíamos seguros, depois não tivemos mais certeza nenhuma. Chegamos a ver o presidente da República desdenhar do SUS e da vacinação e a dizer coisas que não tem nenhum fundamento científico… O uso da saúde pública para fazer má política é uma coisa a ser banida para sempre da história do Brasil. O país não precisa disso”, comentou Greca.

“A gratidão e o reconhecimento são virtudes que todos devemos cultivar, pois nos tornam pessoas melhores. A partir de hoje, queremos que essa data, 11 de março, fique marcada na história de Curitiba como dia de gratidão e reconhecimento a todos os profissionais que trabalharam na linha de frente do combate à covid-19”, afirmou Tico Kuzma. “Infelizmente, 8.162 curitibanos perderam a vida para a covid-19, mas, felizmente, 401.035 pessoas já se recuperaram. Reconhecer e demonstrar gratidão a quem possibilitou esse número de curados é muito importante”, acrescentou.

Dirigindo-se aos servidores da Saúde, Márcia Huçulak disse que se não houve um colapso nos atendimentos durante a pandemia “foi graças a vocês, então recebam a minha gratidão”. “Foi graças à robustez da equipe da Saúde, foi graças a esses profissionais, com cada um fazendo o seu trabalho. Não faltou cuidado”, reforçou, para depois afirmar a honestidade da SMS no combate à pandemia, onde “não teve desvio, não teve compra desnecessária, não caímos em balela e seguimos a ciência”.

“Além de ter que aprender a conviver com a pandemia, os partos não pararam, os traumas continuaram, o câncer e a pediatria não pararam. [Em 2020] a gente teve que construir um segundo sistema de saúde [além do comprometido com a pandemia], e aí que a gente conseguiu provar nossa capacidade. O legado que a gente está deixando aqui, simbolicamente, é um ato de reconstrução, de como estamos olhando para o futuro”, comentou Juliano Gasparetto.