Na Tribuna Livre, reitor da PUCPR apresenta tendências da educação

por Assessoria Comunicação publicado 27/03/2019 15h40, última modificação 04/11/2021 13h57

“Tivemos que adequar política da graduação [à tecnologia]. O conhecimento hoje está disponível com isso aqui [smartphone]”, disse o reitor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Waldemiro Gremski, durante a Tribuna Livre desta quarta-feira (27). Autor do convite, o vereador Tito Zeglin (PDT) entregou votos de congratulações da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) à instituição de ensino, cuja fundação completou 60 anos no último dia 14.

“O mês de março é especial para Curitiba. Além das comemorações dos 326 anos da cidade, na próxima sexta-feira [29], no último dia 14 celebramos os 60 anos de fundação da Pontifícia Universidade Católica”, afirmou Zeglin, primeiro vice-presidente da CMC. O parlamentar comentou as atividades promovidas pela PUCPR para marcar seu jubileu de diamante – em parceria com a Prefeitura de Curitiba, por exemplo, foi ofertada uma feira de serviços gratuitos à população.

Gremski, após relatar a história da PUCPR, destacou mudanças adotadas pela instituição, voltadas ao “aprendizado ativo, em que o aluno é protagonista”. Uma das adequações, disse ele, foi nas salas de aula dos cursos de graduação: “Evidentemente o professor é o centro, porque tem que ficar no meio da sala. Os alunos se reúnem em mesas redondas”. No entanto, o reitor ponderou que a aula expositiva, “conforme  o momento, é insubstituível”.

A proposta, continuou, é “tirar o aluno de seu conforto, lá no fundo da sala, e fazer com que ele de fato utilize seu celular”. Ainda de acordo com Gremski, a PUCPR trabalha, desde 2018, com o “ensino por competência”. “Cada curso decide. Se ouve a sociedade, se ouve especialistas”, disse. O próximo passo, explicou o reitor, é adotar a formação personalizada – ou seja, o desempenho acadêmico será monitorado por inteligência artificial, “ligando o aluno ao professor”. A metodologia já é aplicada em colégios de Ensino Médio de São Paulo (SP).

Fim do diploma?

“O mundo que está nos aguardando é incerto. Não sabemos o que o engenheiro civil vai precisar saber daqui a três anos”, exemplificou. Segundo o convidado, os conhecimentos têm se defasado muito rápido, em diferentes áreas. “Continuamos ensinando do jeito que está nos livros? Não se forma mais o aluno apenas pelos seus conteúdos. Temos que formar o aluno em dois lados. Prepará-lo como profissional, mas também como cidadão autônomo e com senso crítico, para enfrentar os desafios”, indicou.

“Tanto no Brasil quanto no mundo, não estão dando mais atenção ao diploma como davam há cinco anos”, acrescentou Gremski, dentro dessa análise de tendências da Educação Superior e do mercado de trabalho. “Estudiosos dizem que até 2030 vai desaparecer o diploma.” Aos profissionais do futuro, ele destacou a formação humanista e as seguintes habilidades: cooperação, autonomia e ética.

O reitor ainda apresentou dados da PUCPR: “Hoje somos uma universidade com cerca de 1,4 mil professores, 4 campi [3 deles fora de Curitiba], 23 mil alunos de graduação, 5 mil na pós-graduação e 1,5 mil no mestrado e doutorado”. Gremski falou sobre o foco dado à pesquisa, parcerias internacionais para programas de extensão, o número de bolsistas e a classificação em rankings de qualidade, dentre outros assuntos. “Hoje mais de 50% dos gestores da PUCPR são mulheres.”

Ex-alunos da PUCPR, Bruno Pessuti (PSD) e Katia Dittrich (SD) lembraram dos tempos de graduação. Professor Euler (PSD) e Rogério Campos (PSC) também participaram do debate. O primeiro vereador falou sobre as mudanças curriculares alinhadas à tecnologia, enquanto o segundo parlamentar focou seu aparte no projeto comunitário dos quais os acadêmicos participam.