Na Câmara de Curitiba, Sanepar anuncia R$ 1,5 bilhão em novos investimentos
Presidente da Sanepar, Wilson Bley Lipski fez um balanço da gestão, durante visita à Câmara. (Fotos: Rodrigo Fonseca/CMC0
“Nós não queremos aumentar a tarifa. Queremos, com tecnologia, diminuir nossos custos operacionais”. Com essa afirmação, o presidente da Sanepar, Wilson Bley Lipski, abriu sua apresentação aos vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta quarta-feira (19), destacando que a estratégia da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) para os próximos anos está baseada em inovação, eficiência e modernização dos sistemas de abastecimento e esgotamento sanitário.
Lipski explicou que a empresa prevê R$ 1,5 bilhão em investimentos nos próximos cinco anos, concentrados em obras estruturantes, expansão de reservatórios, reforço de barragens e ampliação da capacidade de tratamento. Segundo ele, o volume atual de serviços realizados na capital — cerca de 45 mil atendimentos mensais — reflete a complexidade de uma rede completamente integrada e dimensionada para atender quase 1 milhão de pessoas. “O que nos motiva no dia a dia é entregar o melhor serviço possível à população”, acrescentou.
Na presidência da sessão, o vereador Leonidas Dias (Pode) deu boas-vindas à Sanepar e ressaltou a importância do diálogo institucional com a companhia. Lipski esteve acompanhado de Fabrício Castilho, Gilmar Zavatski, Josiane Manjabosco, Ronise Vilela, Mário Celso Cunha, Gerson do Rocio de Lima, Andrea Aguiar, Pedro Farias e Caio Choinski, que representaram a comitiva técnica e administrativa da Sanepar.
Universalização do esgoto prevista para 2029; Curitiba tem 530 mil ligações
A Sanepar reiterou que pretende universalizar o esgotamento sanitário no Paraná até 2029, antecipando em quatro anos o prazo do marco nacional. Segundo Wilson Bley, a empresa já está muito próxima da meta nos maiores centros urbanos. “É motivo de muito orgulho a todos nós que Curitiba esteja com 95% de cobertura de esgotamento sanitário, enquanto a média nacional é 50%", disse. A companhia atribui o avanço ao conjunto de obras realizadas ao longo dos últimos anos e à integração regional do sistema.
“Aqui em Curitiba são mais de 530 mil ligações de água, sendo 53 mil com tarifa social”, explicou Lipski dimensionando o atendimento da Sanepar na cidade. Somando residenciais e comerciais, a rede de abastecimento chega a cerca de 850 mil unidades consumidoras. Ele acrescentou que o abastecimento da Região Metropolitana é completamente interligado, “permitindo levar água de qualquer ponto para onde houver necessidade”.
Durante a apresentação, o presidente da Sanepar contextualizou a atuação da empresa, criada há 62 anos. “A Sanepar atende hoje 344 municípios no Paraná, com 100% de abastecimento”. Ele destacou que a cobertura estadual de esgoto tratado é de aproximadamente 82%, índice superior à média nacional. Lipski também detalhou o conjunto de obras destinadas à segurança hídrica, incluindo reforços em reservatórios — muitos deles subterrâneos — e a operação de cinco barragens integradas.
Falando aos vereadores, Lipski disse que a principal novidade é a barragem do Miringuava, que está em fase final de enchimento e deverá alcançar 2 mil litros por segundo, ampliando a reserva da Região Sul. Segundo ele, a capital possui hoje capacidade de armazenar cerca de 40% de seu consumo diário, índice considerado estratégico diante das variações climáticas e do crescimento urbano.
Presidente da companhia apresentou a estratégia Sanepar 5.0
Wilson Bley Lipski apresentou o conceito “Sanepar 5.0” na Câmara de Curitiba, que prioriza tecnologia, automação e telemetria para reduzir custos operacionais e aumentar a eficiência. O Centro de Controle Operacional (CCO), no Alto da XV, monitora em tempo real captação, tratamento, reservação e distribuição, identificando variações de pressão que indicam vazamentos e permitindo respostas rápidas. “Nós queremos, com tecnologia, diminuir nossos custos operacionais”, disse.
Lipski também destacou o trabalho da Sanepar em conjunto com a Prefeitura de Curitiba para recuperar trechos do Rio Iguaçu, especialmente na região do Atuba Sul. O sistema de wetlands — jardins filtrantes — permite que a água passe por áreas de depuração natural, saindo mais limpa do que entra. A iniciativa transforma antigas cavas de mineração, antes degradadas, em espaços ecológicos com impacto direto na qualidade da água. Segundo ele, o objetivo é expandir o modelo ao longo do Iguaçu, alcançando áreas entre Pinhais e Balsa Nova.
A companhia explicou ainda que o Estado possui cerca de 900 hectares destinados à ampliação das intervenções ambientais, e que a Sanepar adota padrões mais rígidos do que os exigidos pela legislação. Enquanto a lei permite lançamento de efluentes com até 90 DBO, a companhia opera com aproximadamente 20 DBO na ETE Belém, meta considerada referência nacional. As iniciativas ambientais integram o planejamento de longo prazo para melhoria contínua dos corpos hídricos e da sustentabilidade urbana.

*Notícia revisada pelo estudante de Letras Gabriel Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba