Na 2ª Tribuna do Povo, 16 curitibanos falam à cidade na Câmara Municipal
Participantes apresentaram suas demandas sobre a cidade para os vereadores presentes e para o Ouvidor da CMC, Antonio Borges dos Reis. (Fotos: Carlos Costa/CMC)
Das 12h às 13h, na manhã do último sábado (14), 16 pessoas tiveram a oportunidade de subir à Tribuna do Povo, no plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), e verbalizar suas demandas sobre a cidade para os vereadores presentes e para o Ouvidor da CMC, Antonio Borges dos Reis. Eles foram sorteados entre 29 previamente inscritos e tiveram 1 minuto e 30 segundos para utilizar o microfone do Legislativo da capital.
As falas na Tribuna do Povo mesclaram experiências de vida, desejos de mudança e elogios à atividade dos vereadores para o bom funcionamento da cidade, além de pedidos de obras nos bairros de Curitiba. Primeira a falar, Bruna dos Anjos criticou os atritos recorrentes entre os vereadores, “faz o seu e faz bem feito”, ela disse, e rogou mais atenção às políticas públicas para a saúde mental, de forma que não sejam debatidas apenas neste mês, durante a campanha Setembro Amarelo.
O recado de Tania Mara Cardozo foi um alerta à sociedade curitibana, em razão de a cidade “estar no último lugar do ranking de voluntariado [aferido pelo Instituto Datafolha]”. “Temos que fazer de Curitiba uma referência nacional de engajamento”, ela disse, sugerindo projetos de lei para reverter essa situação no município. Aproveitando ser véspera do seu aniversário, o líder comunitário do Cajuru, Daniel Carlos Zanetti, contou do seu orgulho de subir à tribuna da CMC após ter trabalhado cinco anos na Casa como assessor parlamentar.
Para o jovem Paulo Henrique dos Santos Dias, de apenas 16 anos, estudante do Colégio Estadual Paulo Leminski, foi hora de chamar a geração dele para a política. “Poucos jovens participam da política, e isso é preocupante, porque [no futuro] aqueles que ocuparão [os cargos de representação] serão da minha geração”, disse, alertando para o risco da falta de letramento político na sociedade. Jean Henrique da Cruz Silva, professor de Sociologia e morador da Região Sul, declarou solidariedade à vereadora Professora Angela (PSOL) e pediu melhorias nas Unidades de Saúde Moradias do Iguaçu e Coqueiros.
O influencer Pires na Área, como se identificou Alexandre Pires Barbosa de Melo, apresentou os trabalhos voluntários que faz pela cidade, e disse que seu sonho é ser vereador no futuro. Outra personalidade da internet, o MobCuritiba, que é como Vanderlei Silvério Cavalcante se apresenta no chat das transmissões online do canal da CMC no YouTube, trouxe ao plenário pedidos feitos a ele por motoristas de ônibus de Curitiba, como a expansão do número dos Clubes da Gente. Elisa Tonet, do Conseg Jardim Botânico, sugeriu a criação de um grupo especial da Guarda Municipal para atender turistas.
Líder comunitária no Jardim Botânico, Ellen Andreis disse que a situação nos bairros da região está bastante complicada e está sendo agravada por uma “violência silenciosa”, vinda de pessoas com “posição, poder e influência”, sem citar nomes. Ela foi seguida, na Tribuna do Povo, por Paolla Krauze, da Casa Ruth, e Waldemar Mathias Neto, presidente da Associação Esportiva Operário Ferroviário Cajuru. Ambos apresentaram as iniciativas das quais fazem parte e pediram apoio para a continuidade das atividades.
“Precisamos acudir esse povo [os imigrantes]!”, foi o apelo de Silvana Aparecida Serafim Campos, que, com outros voluntários, tem atendido famílias que chegam de fora da cidade para morar na Região Sul de Curitiba. “É uma demanda grande e não temos sede. Os atendimentos acontecem dentro da minha casa”, relatou. Fernanda Goslar aproveitou o tempo que teve na Tribuna do Povo para elogiar o trabalho parlamentar. “Que prevaleça o respeito e o interesse coletivo, que cada vereador se sinta fortalecido na sua jornada”, desejou.
Regina Darriba lembrou que, no ano que se debate o Plano Diretor de Curitiba, é importante ter em mente que “a cidade está envelhecendo”. “Precisamos de urbanismo amigável aos idosos, com calçadas táteis, unidades de saúde próximas às residências e ônibus inteligentes, que desçam para a gente usar”. Para Adriana Villar, da organização Inclusive nas Artes, que atende pessoas adultas com deficiência, a demanda urgente é sinalização de redução de velocidade, pois na quadra em que fica a entidade “não há nenhuma”.
O presidente do Clube de Xadrez de Curitiba (CXC), Murilo Gimenez Salustiano, foi o último a falar na segunda edição da Tribuna do Povo. Ele destacou que, no ano que vem, o CXC completará 88 anos de existência, estando localizado hoje no 9º andar de um prédio na rua XV de Novembro. “Em nome de todos que tivemos oportunidades na vida graças ao esporte, é importante que o xadrez seja incluído [nas políticas públicas de incentivo ao esporte]. Mais xadrez nas escolas!”, pediu.
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