Meio Ambiente apoia avanço da criação de abelhas em Curitiba

por José Lázaro Jr. | Revisão: Celso Kummer* — publicado 03/11/2025 16h10, última modificação 04/11/2025 15h23
Projeto que incentiva avanço da agricultura urbana e da criação de abelhas nativas sem ferrão já pode ser votado na Câmara de Curitiba.
Meio Ambiente apoia avanço da criação de abelhas em Curitiba

Registro da Comissão de Meio Ambiente, nesta segunda-feira, antes da sessão plenária da Câmara de Curitiba. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Um novo marco legal para incentivar a criação de abelhas sem ferrão e a agricultura urbana já pode ser votado pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC). O projeto de lei que moderniza essas diretrizes recebeu, nesta segunda-feira (3), da Comissão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos, o último parecer que faltava para estar apto à votação pelo plenário (005.00488.2025).

O aval da Comissão de Meio Ambiente à proposta foi uma decisão unânime dos vereadores Sidnei Toaldo (PRD), Guilherme Kilter (Novo) e Marcos Vieira (PDT).  A proposta amplia o alcance da lei municipal 15.300/2018, que até agora apenas autorizava o uso de espaços públicos e privados para hortas e jardins, ao estabelecer um marco regulatório mais detalhado. Entre as principais inovações, o projeto passa a autorizar a produção e a comercialização local de alimentos cultivados nessas áreas, com regulamentação conjunta das secretarias de Urbanismo e de Segurança Alimentar e Nutricional.

De autoria dos vereadores Jasson Goulart (Republicanos) e Lórens Nogueira (PP), o projeto de lei introduz novos artigos que reconhecem a agricultura urbana como prática de interesse social e de utilidade pública, definem suas modalidades, incluindo hortas comunitárias, jardinagem ornamental e silvicultura urbana, e preveem a criação de abelhas nativas sem ferrão como atividade permitida para promover a polinização e a educação ambiental.

A iniciativa prevê que os resíduos orgânicos sejam tratados, preferencialmente, no próprio local e que o Município possa oferecer incentivos e capacitação técnica às iniciativas comunitárias. Com isso, a proposta transforma a agricultura urbana, que antes era apenas autorizada, em uma política pública estruturada, voltada à sustentabilidade, à segurança alimentar e à requalificação ambiental de espaços urbanos degradados.

Novas regras para o uso de focinheira e condução de cães estão aptas para votação

Os vereadores da Comissão de Meio Ambiente também liberaram para votação do plenário o projeto de lei dos vereadores Jasson Goulart, Meri Martins (Republicanos), Rafaela Lupion (PSD) e Andressa Bianchessi (União) que moderniza a lei municipal 9.493/1999. Considerando que a norma está desatualizada, eles estão propondo uma nova regulamentação para a circulação de cães em Curitiba (005.00647.2025).

O projeto de lei estabelece que todos os cães deverão ser conduzidos com coleira e guia compatível com o porte do animal, sendo obrigatória a guia curta, de até 1,5 metro, para os de mais de 20 quilos. Para as 22 raças consideradas de “alto potencial de danos”, como pit bull, rottweiler, dobermann e pastor-alemão, será exigido também o uso de focinheira, colar tipo elos, condução por pessoa maior de 18 anos e apresentação de cadastro no Sistema de Identificação Animal (SIA) ou no Cadastro Nacional de Animais Domésticos (CNAD), além de vacinação atualizada.

Segundo o projeto de lei, quem descumprir as exigências ficará sujeito à advertência, multa de R$ 3 mil por animal, que pode dobrar em caso de reincidência, e até apreensão do cão em situações de risco à segurança pública. Há previsão de redução de até 90% da multa para quem firmar termo de compromisso de reparação. Em caso de agressão comprovada, a penalidade é acrescida de mais R$ 3 mil. Todas as receitas oriundas das multas serão destinadas ao Fundo Municipal do Meio Ambiente (FMMA), para reforçar programas de proteção animal e educação.

*Notícia revisada pelo estudante de Letras Celso Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques