Incêndio na Ocupação 29 de Março repercute entre vereadores

por Assessoria Comunicação publicado 10/12/2018 11h55, última modificação 03/11/2021 09h52

O incêndio que destruiu mais de 200 casas na Ocupação 29 de Março, localizada na Cidade Industrial, repercutiu na sessão plenária da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta segunda-feira (10). Oito vereadores falaram sobre o assunto durante a sessão, lamentaram a tragédia, que aconteceu entre as 23h da última sexta-feira (7) e a madrugada do sábado (8), cobraram a apuração dos responsáveis pelo incêndio e divulgaram ações de entidades que recebem donativos.

Conforme relatado por Professora Josete (PT), que esteve no local no sábado, centenas de famílias prejudicadas agora necessitam de ajuda. Ela apontou que, antes do incêndio, houve excessos por parte da Polícia Militar, com invasão de casas, quebra de móveis e eletrodomésticos e até mesmo a subtração de valores pecuniários. “Esse tipo de ação policial não pode se tornar rotineira. Esperamos que haja uma investigação sobre os responsáveis pelo incêndio”. Para Josete, “se havia denúncias sobre a investigação de um policial morto, a polícia deveria proceder as investigações e não punir a população como um todo”.

Zezinho Sabará (PDT) disse ter ajudado na arrecadação de doações para a população prejudicada pela tragédia na CIC durante todo o fim de semana. “A gente contou com a solidariedade de igrejas, comércios, empresas e vários outros amigos que colaboraram para amenizar a dor dos moradores da 29 de Março”, contou, ao informar que tanto seu escritório no bairro quanto seu gabinete na CMC estão abertos para receber mais doações.

Professor Euler (PSD), que também esteve na Ocupação 29 de Março, lamentou com tristeza o “cenário de guerra” do local. Ele entende que deve ser feita uma investigação séria sobre as circunstâncias que envolvem a morte do policial, mas que também é necessário investigar o incêndio. “Sobretudo, é importante fazer um trabalho de recuperação dessas vidas inocentes”. E ainda comunicou que a Organização Não Governamental Teto está disposta a proceder a reconstrução das casas e, nesse sentido, materiais de doação são bem-vindos, ou mesmo doações em dinheiro.

Fabiane Rosa (DC) destacou que alguns animais morreram no incêndio. “Como estavam amarrados, não puderam fugir”, contou. Tito Zeglin (PDT), por sua vez, se somou aos demais vereadores em solidariedade às famílias atingidas pelo incêndio ao lembrar a Declaração Universal de Direitos Humanos – que completa 70 anos hoje, 10 de dezembro – que em seu artigo 25 determina que “todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis”.

Ainda durante a sessão, Goura (PDT) sugeriu que as comissões de Direitos Humanos e Meio Ambiente da Câmara Municipal visitem a região e citou as ocupações 29 de Março e Nova Primavera. O vereador disse ter estado no local, auxiliado os moradores e mediado o diálogo com a Polícia Militar. Ele recomendou que todos os parlamentares "vejam com os próprios olhos, uma situação grave, que ocorreu durante uma ocupação policial".

Noemia Rocha (MDB) e Ezequias Barros (PRP) informaram que as igrejas Assembleia de Deus, Videira e O Brasil para Cristo recebem donativos para os moradores atingidos.