Fiscalização fechou bares com mais de 150 pessoas no fim de semana

por José Lázaro Jr. — publicado 22/06/2021 19h55, última modificação 23/06/2021 06h18
Chamado de pequeno expediente, o início da sessão permite aos vereadores, por tempo determinado, abordarem livremente assuntos da escolha deles.
Fiscalização fechou bares com mais de 150 pessoas no fim de semana

Com a pandemia, as sessões da CMC são feitas por videoconferência. Na foto, Pier Petruzziello. (Foto: CMC)

Foi fechada uma choperia e dois bares, que tinham, respectivamente, 200 pessoas, 70 pessoas e 180 pessoas. Também duas festas clandestinas, uma com 40 e outra com 150 pessoas. A sociedade curitibana, que faz o seu dever de casa, que sai de manhã para trabalhar e volta para casa, não pode pagar por esses irresponsáveis e criminosos que ainda estão aglomerando”, protestou Pier Petruzziello (PTB), líder do governo, nesta terça-feira (22), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC).

Petruzziello usou o espaço do pequeno expediente, no início da sessão plenária, para relatar os números acima, obtidos com o secretário municipal de Urbanismo, Julio Mazza de Souza, em reunião na véspera. “Escutei em março que a prefeitura não fiscalizava a cidade, que as aglomerações eram culpa da falta de fiscalização. Temos um importante trabalho de fiscalização em pontos reais de aglomeração… É inadmissível lugares com 180 pessoas na pandemia”, esbravejou, pedindo, na sequência, que a população denuncie quem estiver descumprindo as regras de distanciamento social.

Antes, o líder do governo havia respondido à crítica do vereador Marcos Vieira (PDT). Para o pedetista, a Prefeitura de Curitiba devia reabrir para atendimento geral as unidades de saúde que fecharam para a população. “As unidades de saúde [USs] não têm estrutura para receber os atendimentos daquelas que foram fechadas. Ontem pudemos acompanhar filas com pessoas na chuva. Uma das unidades de saúde que eu citei semana passada, a US Xapinhal, foi reaberta, mas precisamos das outras”, cobrou o parlamentar.

Elas não foram fechadas, foram remanejadas. É diferente”, respondeu Petruzziello. Para o líder do governo, por exemplo, a reabertura da US Xapinhal é um sinal de que “as coisas estão acontecendo”. Na sua fala, Marcos Vieira citou outros dois equipamentos públicos: “a US Nossa Senhora da Luz prestava atendimento a um grande número de pessoas e continua fechada. Na US Umbará, havia muita gente na chuva”. Vieira pediu sensibilidade ao Executivo com os artesãos, para que a Feira da Ordem volte a funcionar. “Eles vendem no domingo o que produzem na semana. Para muitos, é a única forma de sobrevivência que eles têm”, disse.

Anunciando ter ser vacinado ontem, Mauro Bobato (Pode) elogiou o trabalho das equipes encarregadas da campanha de imunização na Regional do Tatuquara. “Demorei uma hora e meia para ser vacinado, mas o pessoal da Saúde estava lá, com um espírito bom, e foi super tranquilo, com a fila andando rápido. É um momento de esperança”, disse, pondo sua esperança de fim da pandemia no avanço da vacinação. “A Prefeitura de Curitiba continua trabalhando”, defendeu.

16 milhões de curados”
Aproveitando o pequeno expediente, Eder Borges (PSD) falou da situação do país no combate à pandemia. “É uma marca muito triste, de 500 mil mortes no Brasil, todavia 16 milhões de curados”, começou. “Eu preciso vir aqui fazer uma defesa ao nosso presidente da República, constantemente, e injustamente, recebendo a culpa por essas mortes. O presidente Jair Bolsonaro foi impedido de atuar pelo STF [Supremo Tribunal Federal]. Se ele pudesse atuar, o Brasil estaria aplicando aquele tratamento proibido, que de fato salva vidas. Eu lhes garanto que a situação estaria muito diferente”.

Para Borges, os casos de corrupção relacionados à pandemia é que deveriam estar em evidência. Também defendeu que pessoas recusem a imunização. “A vacina está sendo desenvolvida e é experimental. Tem muita gente vacinada que está na UTI agora ou que já morreu. Espero que seja eficiente, mas tenho ouvido de um decreto para punir funcionários públicos que não se vacinarem. Sou terminantemente e radicalmente contra uma medida. Ninguém pode ser obrigado a inserir algo estranho no seu corpo”, afirmou.

Diferente dos dias anteriores, quando houve críticas em plenário à gestão federal, alegando que houve atraso na compra de vacinas e sobre a ineficácia de tratamentos alternativos à covid-19, nenhum vereador tratou da questão no pequeno expediente. Apenas Dalton Borba (PDT), rapidamente, lastimou “a fala do presidente da república, ontem, e que foi veiculada no país inteiro, em profundo desrespeito e agressão grotesca à imprensa brasileira”.