Defendida educação para promover cultura da proteção animal

por Assessoria Comunicação publicado 23/11/2018 08h50, última modificação 03/11/2021 08h36

Investir em educação para mudar a consciência em relação à proteção animal foi a tônica da audiência pública realizada nesta quinta-feira (22), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), e que tratou sobre o “momento histórico” que vive o Legislativo, segundo Fabiane Rosa (SD), com o tema “A evolução dos direitos dos animais na 17ª Legislatura”. A vereadora, que foi a proponente do evento, é presidente da Comissão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos, e também da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais da CMC. O áudio com a íntegra da audiência pode ser conferido aqui.Segundo Fabiane, a Frente Parlamentar representa “a união de forças de vereadores sensíveis e solidários à causa [animal], com o objetivo de melhorar a relação de humanos com os animais, promovendo o bem-estar com os animais e a convivência harmônica entre os seres”, pontuou. Também integram a Frente os vereadores Bruno Pessuti (PSD), Chicarelli (DC), Geovane Fernandes (PTB), Goura (PDT), Helio Wirbiski (PPS), Jairo Marcelino (PSD), Katia Dittrich (SD), Maria Leticia Fagundes (PV), Osias Moraes (PRB), Pier Petruzziello (PTB), Professor Euler (PSD) e Tico Kuzma (Pros).“Precisamos parar de apenas apagar incêndios, para impedir que estes incêndios comecem e não vejo isso de outra forma que não seja pela educação”, frisou a diretora da Eco Angels Educação Sustentável, Nicole Cherobim Costa. Segundo ela, é necessário tornar a população preocupada com o meio ambiente e com os problemas que dizem respeito à sua sociedade.

A responsabilidade sobre a adoção de animais também foi comentada pela presidente do Instituto Fica Comigo, Carla Negochable. A entidade atua com aproximadamente 800 animais por ano, que são entregues aos adotantes já vacinados e castrados. “Precisa ser uma via de mão dupla. Não pode simplesmente se ter pressa de se passar [o animal] para frente”, acrescentando que a escolha do adotante deve ser cuidadosa, a fim de evitar devoluções ou abandonos.

Coordenadora do Laboratório de Bem-Estar Animal da UFPR, Carla Molento destacou os avanços alcançados nos últimos anos em termos de legislação referente à proteção animal, embora o Brasil ainda fique atrás de muitos países, como os europeus. Na França, por exemplo, a primeira lei publicada em defesa dos animais data de 1811, sendo que no Brasil isso ocorreu apenas em 1924. “Queremos acreditar que o sentido é mais de avanço do que retrocesso”, disse, ponderando a necessidade de se aprimorar as normas que garantam o bem-estar animal. “As leis não podem ser estáticas. Elas estão ligadas à evolução da sociedade, tendem a retratar o avanço da ética social”, acrescentou.

Para Fabiane Rosa, é dever da coletividade e do poder público promover o cuidado com a fauna e com a flora.  “Tenho pouca esperança na nossa geração, temos que pensar nas nossas crianças”, afirmou, destacando a educação como forma de mudar o trato com os animais. Já a vereadora Katia Dittrich, disse esperar que as autoridades se “sensibilizem” pela causa animal e facilitem ações de apoio aos protetores e veterinários, enquanto o poder público não tem condições de prestar atendimento amplo à causa animal.

Além de integrantes de entidades ligadas à proteção da fauna e da sociedade civil, também participaram da atividade os vereadores Osias Moraes e Maria Leticia Fagundes, o médico veterinário Nivo Auffinger, o protetor e socorrista, Rogério Suhett, o supervisor da Guarda Municipal de Curitiba, Antonio Carlos Flausino, e representando o Departamento de Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Silmara Maldonado.