Curitiba viu aumento de mortes de motociclistas na pandemia

por José Lázaro Jr. | Revisão: Vanusa Paiva — publicado 14/06/2022 19h40, última modificação 15/06/2022 12h28
Dados constam em gráfico apresentado pela SMDT aos vereadores da capital.
Curitiba viu aumento de mortes de motociclistas na pandemia

Ao centro, a superintendente de Trânsito, Rosângela Battistella. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

“Infelizmente, em 2020, tivemos mais mortes de motociclistas. Foi a época da pandemia. Tivemos um aumento muito grande de motociclistas, de serviços de entrega durante a pandemia”, lamentou Rosângela Battistella, superintendente de Trânsito, nesta terça-feira (14), durante atividade na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Ela e o titular da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito, Péricles de Matos, conversaram por mais de três horas com os vereadores da capital, respondendo a convite do presidente do Legislativo, Tico Kuzma (Pros), e do líder do governo, Pier Petruzziello (PP).

No gráfico que Battistella apresentou aos vereadores, as mortes de motociclistas beiravam a marca de 100 por ano em 2011 e foram caindo vertiginosamente nos anos seguintes, sendo que, em 2015, tinham diminuído quase à metade. De 2016 a 2019, houve um repique, mas que estava em viés de baixa histórica até o início da pandemia. Daí, em 2020, o número saltou para 69 óbitos de motociclistas e permaneceu nesse patamar em 2021. A superintendente apresentou medidas gerais de redução das mortes no trânsito aos parlamentares, como a redução da velocidade nas vias, e no caso dos motociclistas citou as motocaixas.

“Essas áreas de espera [motocaixas] têm resolvido muito a questão de segurança. Nós nos espelhamos em São Paulo, que reduziu muito os acidentes de motos com essas caixas. O artigo do código [Código de Trânsito Brasileiro] que vetava as motos entre veículos foi vetado, então eles não precisam ficar atrás, comportando-se como outros veículos. Eles podem ficar entre faixas e, tendo a caixa de espera, facilita para que eles saiam na frente, não prejudicando o fluxo de veículos”, comentou Battistella.

Blitzes do ruído
Perguntada sobre as medidas para inibir a adulteração do escapamento das motocicletas, que resulta em um barulho alto, que os vereadores entendem ser perturbação do sossego, a superintendente de Trânsito informou que, na média, a SMDT tem planejado a realização de 15 blitzes por mês na cidade, mas que nem sempre elas ocorrem devido às condições climáticas. Apesar disso, “temos apreendido muitas motos adulteradas”, disse Battistella. A atividade foi transmitida ao vivo pelas redes sociais da CMC e pode ser revista no canal da Câmara no YouTube (veja aqui). 

Ao todo, 19 dos 38 vereadores fizeram perguntas ao secretário Péricles de Matos e à superintendente de Trânsito, sendo que Rosângela Battistella dedicou a maior parte do seu tempo a explicações sobre as multas de trânsito e ao sistema de radares. A cobertura fotográfica está disponível no Flickr (confira aqui).