Curitiba terá bem público com nome de Nelson Mandela

por Assessoria Comunicação publicado 03/08/2015 14h00, última modificação 01/10/2021 12h22

A Câmara Municipal aprovou, nesta segunda-feira (3), o projeto de lei assinado pelos 38 vereadores que denominará um bem público de Curitiba de Nelson Mandela, falecido em dezembro de 2013, aos 95 anos. No debate da matéria (009.00005.2015), aprovada em primeiro turno com unanimidade, os parlamentares destacaram a luta do ex-presidente sul-africano pelo fim do apartheid, regime de segregação racial adotado até 1994.

A militância de Mandela começou quando ele era estudante de direito. Em 1942, entrou para o partido Congresso Nacional Africano (CNA). Foi preso em 1962, acusado de viajar ilegalmente ao exterior e incitar greves, e recebeu a sentença de cinco anos. Em 1964, foi condenado à perpétua por sabotagem.

Nelson Mandela foi solto em 1990, após intensa pressão internacional, e continuou a luta contra o apartheid, em que as leis eram ditadas pela minoria branca. Assumiu a presidência do CNA, um ano depois, e em 1993 recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, em 1994. No cargo até 1999, comandou a transição do regime.

"Ele é um exemplo mundial de luta pela democracia e combate às desigualdades", destacou o primeiro-secretário, Pedro Paulo (PT). O vereador registrou as comemorações, em 18 de julho, do Dia Internacional Nelson Mandela (Mandela Day), instituído pela ONU em 2009 em homenagem à data de nascimento do líder sul-africano.

"Depois de um bom tempo na prisão ele saiu de cabeça erguida. O Mandela acreditava na unificação dos povos", declarou Mestre Pop (PSC). O parlamentar lamentou que ainda exista a falta de políticas igualitárias no Brasil: "Se houvesse, não haveria necessidade de cotas [para negros, no ensino superior]". Pare ele, a educação nas escolas particulares é superior à da rede pública, principalmente se comparadas aos estabelecimentos das periferias. "Temos que usar o exemplo de Mandela e trabalhar por uma educação igualitária e uma sociedade melhor", finalizou.

A Professora Josete (PT) citou uma frase de Nelson Mandela: "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo". "Ele deixou uma marca no sentido de ser um exemplo contra o preconceito. Mas na votação do PME [Plano Municipal de Educação, em junho passado], por exemplo, o debate das emendas nos mostrou que ainda há ódio e intolerância na sociedade", ponderou a vereadora.

"Ele perseguiu [na presidência da África do Sul] quem o perseguiu? Não. Ele dizia: Não vamos repetir o que fizeram conosco", completou o líder do prefeito na Casa, Paulo Salamuni (PV). Também participaram do debate os vereadores Carla Pimentel (PSC), Chicarelli (PSDC) e Valdemir Soares (PRB).