CMC concede Cidadania Honorária à psicóloga Deuza Avellar

por João Cândido Martins | Revisão: Alex Gruba — publicado 24/11/2022 10h40, última modificação 28/11/2022 16h43
Homenageada pelo vereador Ezequias Barros (PMB), Avellar reiterou compromisso com princípios conservadores.
CMC concede Cidadania Honorária à psicóloga Deuza Avellar

Vereador Ezequias Barros entrega diploma de Cidadã Honorária de Curitiba a Deuza Avellar. (Foto: Carlos Costa/CMC)

Nesta quarta-feira (23), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) promoveu uma sessão solene para a entrega da Cidadania Honorária de Curitiba à psicóloga Deuza Avellar. A iniciativa da homenagem foi do vereador Ezequias Barros (PMB), conforme requerimento 061.00039.2022, e a cerimônia foi presidida pelo vereador Mauro Bobato (Pode). Também compuseram a mesa a homenageada, Deuza Maria Avellar, e seu esposo, José Mauro; a vereadora sargento Tânia Guerreiro (União); o pastor Saulo Navarro; e Eliane Arantes Bueno Salcedo, presidente do Movimento Mulheres que Importam. A sessão teve a participação dos músicos Dina e Lucimário.

A sessão pode ser revista no YouTube da CMC:

 

Para Ezequias Barros, só quem conhece a psicóloga Deuza Avellar conhece a importância da sua atuação. Nascida em 1958 no Rio de Janeiro, Avellar radicou-se em Curitiba no ano de 1984 e, desde então, integra a primeira Igreja Batista de Curitiba. Além de ser empresária, ela atua como psicóloga clínica há mais de 35 anos, trabalhando com logoterapia e sendo especialista em traumas. “Deuza auxilia pessoas que se encontram em crises decorrentes da depressão, da desesperança, da desorientação. Essa atuação se dá principalmente em relação aos jovens, muitas vezes influenciados por ideologias contrárias aos princípios cristãos”, defendeu o vereador. Ele também lembrou das atividades dela em prol daqueles que sofrem sequelas emocionais por causa do isolamento face à pandemia.

Mentorias e aconselhamentos

De acordo com Barros, a psicóloga é merecedora da Cidadania Honorária, o maior prêmio concedido pela cidade de Curitiba aos não curitibanos aqui residentes que promovem serviços de relevo. “Você, Deuza, veio do Rio com seu marido, com o coração repleto de sonhos e perspectivas. Enfrentaram dificuldades e obstáculos, sempre com coragem para enfrentá-los. Hoje, você é uma mulher realizada profissionalmente. E quando seu nome é mencionado, todos sabem de quem se trata”, afirmou. 

O parlamentar destacou que Avellar promove mentorias junto a autoridades políticas e eclesiásticas, além de aconselhar pastores, líderes e obreiros nas mais diversas igrejas do país. “Essa homenagem representa um reconhecimento ao trabalho que Avellar promove em benefício da cidade, do estado e do país”, declarou o vereador. Além disso, frisou Barros, Avellar participou da primeira Manifestação Pró-Armas, em Brasília e presidiu a Associação Brasileira dos Psicólogos em Ação (gestão 2017-2020).

Agradecimentos

Deuza Avellar iniciou seu agradecimento dizendo que sua trajetória é consequência de um chamado. “Nada, absolutamente nada teve, tem ou terá sentido se não for resultado do meu amor por Cristo. Estou aqui há 64 anos pela graça e misericórdia de Deus”, disse a psicóloga. Ela agradeceu ao vereador Ezequias pela indicação à Cidadania Honorária. “Tenho trânsito nessa Casa há alguns anos, sempre em conexão com o vereador Ezequias, um defensor das causas pelas quais combatemos e constato um amadurecimento político na defesa das pautas conservadoras em sua atuação parlamentar”, afirmou.

Ela também destacou a atuação da vereadora Sargento Tânia Guerreiro. Para Avellar, “Tânia é uma amiga do peito e uma companheira de muitas batalhas, sempre na luta pela proteção da infância, em especial, no que diz respeito ao combate à pedofilia”. Conforme a homenageada, Tânia Guerreiro e Ezequias lutaram pela aprovação da concessão da Cidadania, diante de vereadores que se postaram contrários à homenagem. Ela também citou seu esposo, José Mauro, que reconhece o chamado de Deus em sua vida e sempre apoia as incursões da psicóloga pela política. 

“Egos distônicos”

A psicóloga evangélica reclamou da atuação do Conselho Federal de Psicologia, entidade que, de acordo com ela, persegue os profissionais que buscam o conforto daqueles que vivem sofrimento psíquicos em função do que ela chamou de “distorção da interpretação dos desejos sexuais” - Avellar usou a terminologia “egos distônicos” para classificar esses indivíduos. “Muito me alegra que essa homenagem esteja acontecendo nesse momento histórico do Brasil, um momento de insegurança, de instabilidade, momento de grande risco para todos nós. Vivemos um ‘déjà vu’ dos idos de 1964, quando um clamor popular fez com que o regime militar fosse instaurado para garantir à nação o estado democrático de direito, estabelecendo a lei e a ordem”, disse.

No entendimento da homenageada, o ensino da história teria sido adulterado para que as pessoas acreditassem num regime “nefasto”, que, ainda segundo ela, estaria hoje tentando “roubar a democracia e a nossa liberdade”. Ela credita seu empenho político não partidário às lições conservadoras de seu pai, Milton Ribeiro de Avellar, um homem que, na descrição da homenageada, não sabia assinar o próprio nome, mas lutou de forma aguerrida contra o socialismo e com base em valores e princípios cristãos: “Ele me ensinou que esses princípios são inegociáveis.”

“Sou armamentista”

A homenageada citou alguns princípios que norteiam a conduta dos conservadores: “O conservador dá a própria vida na luta contra o aborto e a eutanásia, a ideologia de gênero para crianças, adolescentes e idosos, a erotização precoce das crianças e também contra a falácia sobre os direitos sexuais das crianças, contra a doutrinação socialista, progressista e comunista, luta contra a legalização e a comercialização das drogas, luta pela defesa da fé religiosa, a favor da liberdade de expressão e contra o politicamente correto, a favor dos valores da família original (pai e mãe biológicos ou adotados) e luta pela legítima defesa com armamento devidamente legalizado. Eu sou armamentista.”

Em função dessa homenagem, ela alegou ter recebido ofensas, agressões e ameaças. “Meu nome e minha imagem foram expostos e submetidos a um discurso de ódio”, disse. Essa visibilidade, segundo a homenageada, teria atraído muitas pessoas que queriam saber quem era Deuza Avellar, “a psicóloga da cura gay”, mas teriam encontrado uma mulher que conhece seus ideias, valores e princípios baseados, segundo ela, no amor e na compaixão. Deuza declarou que continuará na luta contra a agenda globalista de gênero, contra a agenda feminista, contra o aborto e a liberação das drogas e todas as pautas que estão, de acordo com a psicóloga, “roubando a dignidade do ser humano, que foi criado à imagem e semelhança de Deus”.

Outras manifestações

Presidente da Mesa, o vereador Mauro Bobato reiterou para que os convidados fizessem uso da palavra. A primeira a se manifestar foi a vereadora Sargento Tânia Guerreiro, para quem Deuza não é uma mulher comum e, sim, “uma missionária, uma enviada de Deus”. A vereadora disse que combate a pedofilia há 32 anos e sempre quis conhecer a homenageada, com quem se identifica. “A luta de Deuza é a luta dos que têm coragem. Não é para qualquer um”, afirmou. José Mauro, marido da homenageada, que disse ser grato a Deus por viver em companhia de Deuza. “É uma luta forte. Nem sempre posso estar junto, mas sempre estou próximo”, disse.

Para o Pastor Saulo Navarro, do Movimento Bússola Sexualidade, quando alguém se predispõe a lutar pela vida deve estar preparado para dar “a cara à tapa”. De acordo com ele, no início de suas atividades, tinha receio de falar publicamente sobre suas convicções, mas o contato com Avellar mudou essa percepção: “Deuza é a favor da vida e muitos não querem que ela fale, mas estamos em um tempo em que devemos falar sem medo”. Eliane Arantes Bueno Salcedo, presidente do Movimento Mulheres que Importam, disse que conheceu Deuza em 2017 e, no ano seguinte, iniciou ao lado da psicóloga uma caminhada contra a “ideologia de gênero”: “Ela tem sido uma guerreira.”

Confira o álbum de fotos no Flickr da CMC.