Câmara debate problemas da linha férrea em Curitiba

por Fernanda Foggiato | Revisão: Alex Gruba — publicado 15/02/2023 16h20, última modificação 15/02/2023 16h41
Vereadores cogitaram desde uma nova audiência pública até uma manifestação jurídica.
Câmara debate problemas da linha férrea em Curitiba

Parlamentares reclamam da falta de resposta a manifestações oficiais à empresa concessionária. (Foto: Carlos Costa/CMC)

O debate sobre os acidentes nos cruzamentos com a linha férrea e o barulho dos apitos dos trens retornou à pauta da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), no fim da sessão plenária desta quarta-feira (15). A discussão foi levantada pelo vereador Leonidas Dias (Solidariedade), que, “depois de seis meses e diversos ofícios sem resposta”, disse ter conseguido uma agenda online, no próximo dia 27, às 15h30, com a empresa Rumo Logística, maior operadora da malha ferroviária no país.

Dias disse buscar uma solução para problemas apresentados pela população, em especial por reparos nos trilhos que cruzam a avenida Anita Garibaldi. “Não são dezenas, são centenas de motociclistas que se machucaram e tiveram acidentes só na avenida Garibaldi”, alertou. “Que a gente possa, sim, fazer as visitas técnicas com os responsáveis da Rumo, com o pessoal da prefeitura, com os vereadores e com a sociedade. [...] Estou prestando contas à sociedade, o nosso mandato não parou. Tenho todos os documentos em mãos e a linha do tempo pela qual foram feitos.” 

>> Leia também:

Vereadores cobram mais segurança para cruzamentos de trem

Vereadores discutem solução para os acidentes com trem no Cajuru 

Diversos parlamentares se somaram à discussão, relatando receber demandas da comunidade, em diferentes regiões da capital. Conforme Herivelto Oliveira (Cidadania), chegam a seu gabinete reclamações sobre o barulho dos trens e outros problemas. A ideia, adiantou, é realizar uma nova audiência pública para mediar a questão. “Realmente, há a necessidade de ter uma ação da Câmara de Curitiba”, reforçou. 

“Nós precisamos literalmente fechar o cerco contra a empresa Rumo. A empresa Rumo tem uma desconsideração com esta Casa. Eu já pedi informações em outras ocasiões, já trouxe o assunto das linhas férreas à Câmara de Curitiba, e ela não responde”, declarou Alexandre Leprevost (Solidariedade). “Então, contem comigo, estarei junto na audiência pública.” 

“A impressão que a gente tem é que a empresa [concessionária] está empurrando com a barriga, como a gente diz lá no Nordeste”, avaliou o Pastor Marciano Alves (Solidariedade). Rodrigo Reis (União), que lembrou da discussão, já antiga, para retirar a linha férrea de Curitiba, sugeriu que a Câmara crie uma comissão para apurar os problemas. “Uma eleitora me fez um chamado e ontem [14] eu estive lá, nesse cruzamento [com a linha férrea], e fiz algumas imagens. Em meia hora, três motoqueiros caíram”, relatou Osias Moraes (Republicanos). 

Somando-se à reivindicação, Serginho do Posto (União) opinou que a empresa vem tratando as manifestações da Câmara e da população “com certo descaso”. O vereador lembrou da audiência pública, na legislatura passada, com a participação de representante da Rumo. Um dos encaminhamentos, na ocasião, foi a criação de uma comissão especial na CMC, para tratar de assuntos ferroviários, envolvendo órgãos municipais e federais. 

Para Serginho, a Casa deveria fazer “uma representação ao Ministério Público Federal (MPF), por se tratar de uma concessão federal, e a gente abrir uma discussão a nível jurídico”. “Chega de motociclista caindo, se machucando, e não ter respeito e resposta com esta Casa”, finalizou Leonidas Dias. “Assim como sugeriu o ex-presidente Serginho do Posto, esta Casa se posicionará de forma institucional nesse tema tão importante à população da cidade de Curitiba”, concluiu o presidente Marcelo Fachinello (PSC). 

Leonidas Dias: “Não são dezenas, são centenas de motociclistas que se machucaram”. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)