Ano Internacional das Cooperativas: Ocepar participa da Tribuna Livre
A convite da vereadora Indiara Barbosa, cooperativismo pautou espaço democrático de debates da Câmara de Curitiba. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
As atividades do Ano Internacional das Cooperativas, celebrado em 2025 graças ao reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU), desembarcaram na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Na sessão desta quarta-feira (13), a Tribuna Livre, espaço democrático de debates do Legislativo, recebeu o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken.
Responsável pela proposição da Tribuna Livre, a vereadora Indiara Barbosa (Novo) destacou que o Sistema Ocepar representa 227 cooperativas, dos ramos agropecuário, crédito, saúde, transporte, infraestrutura, consumo e trabalho, produção de bens e serviços. “São mais de 4 milhões de cooperados em todo o Paraná, e, além disso, gera 146 mil empregos diretos”, apontou.
“Das 41 maiores empresas do Paraná, 16 são cooperativas, [...] o Paraná, sem dúvidas, é um exemplo de cooperativismo”, completou. Mais do que o Ano Internacional das Cooperativas, Barbosa lembrou que 2025 marca o centenário da primeira cooperativa do estado, que também é a segunda mais antiga do país – a Frísia Agroindustrial.
“A ONU reconheceu que as cooperativas constroem um mundo melhor”, disse José Roberto Ricken sobre a celebração do Ano Internacional das Cooperativas. Além disso, ele ressaltou que a maior empresa privada do Paraná, a Coamo, do ramo agrícola, é uma cooperativa.
O presidente do Sistema Ocepar explicou que as 227 cooperadas geram um faturamento de R$ 205,6 bilhões, sendo R$ 10,8 bilhões em resultados líquidos. Com 62 cooperativas, a agropecuária é o ramo com maior representatividade. Elas são responsáveis por 65% da produção de grãos e de 45% da produção de carne e lácteos no Paraná.
“85% dos cooperados não têm 100 hectares”, observou o convidado sobre a importância da economia familiar. O cooperativismo, assinalou, “ajuda a sociedade como um todo, ajuda a reduzir a pobreza”. Em segundo lugar, com 54 e 36 cooperativas, respectivamente, vêm os ramos de crédito e de saúde – ambos, de acordo com Ricken, em expansão.
Presidente do Ocepar sugere lei para incentivar cooperativismo
Pontuando as legislações em âmbito federal e estadual - na própria Constituição, são sete artigos que fazem referência ao cooperativismo -, Ricken avaliou que “seria importante uma lei municipal de apoio e incentivo”. “Podemos voltar a discutir em outro momento”, completou, já durante o debate com os vereadores, em resposta a questionamento da vereadora Delegada Tathiana Guzella (União).
“Nós podemos fazer uma lei que incentive, nós não queremos benefício”, completou o presidente do Sistema Ocepar. Guzella chegou a apresentar um projeto de lei para criar a Política Municipal de Apoio e Incentivo ao Cooperativismo, mas retirou a proposta com a justificativa de ajustar o texto legislativo (respectivamente, 005.00589.2025 e 072.00324.2025).
Indiara Barbosa, por outro lado, sugeriu que mais vereadores se envolvam no diálogo que tem sido feito, junto à Prefeitura de Curitiba, sobre a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS) do cooperativismo. Hoje, à exceção da alíquota reduzida para o ramo da saúde, nas demais cooperativas incide o percentual de 5%. “A questão tributária, principalmente para as empresas que estão iniciando é decisiva”, apoiou Ricken, que também preside o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Paraná (Sebrae/PR). “Às vezes, para o Estado e o Município, é um investimento que tem que ser feito, [...] é um fomento”, acrescentou.
À vereadora Camilla Gonda (PSB), que quis saber mais sobre as políticas de fomento ao cooperativismo entre a juventude, Ricken defendeu que “o jovem precisa entrar pela porta da frente” e iniciativas como os colégios agrícolas e as cooperativas mirins, estimulando, desde cedo, o interesse pelo tema. Dentro da economia familiar, ele pontuou que a diversificação de cultivos é a principal estratégia para dar sustentabilidade aos cooperados.
Em resposta a questionamentos dos vereadores João da 5 Irmãos (MDB) e Fernando Klinger (PL), o convidado declarou que a Ocepar e o cooperativismo podem contribuir com soluções para desafios urbanos na área social, a exemplo da habitação, e no transporte. “O que atrapalha é a falta de infraestrutura, às vezes nós não temos a infraestrutura necessária para chegar ao Porto de Paranaguá. Então uma ferrovia é fundamental e também melhores rodovias”, prosseguiu Ricken em resposta ao vereador Guilherme Kilter (Novo).
Superintendente do Sistema Ocepar avalia “tarifaço”
Outros temas surgiram durante a discussão da Tribuna Livre. Em resposta ao presidente da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização da Câmara de Curitiba, Serginho do Posto (PSD), o superintendente do Sistema Ocepar, Robson Mafioletti, falou “tarifaço” às exportações para os Estados Unidos. Segundo ele, a medida não tem um grande impacto sobre o cooperativismo. “O efeito secundário é a instabilidade no mercado”, avaliou.
À vereadora Carlise Kwiatkowski (PL), procuradora da Mulher na Câmara de Curitiba, Mafioletti indicou que a maior parte dos cooperados do ramo de crédito, hoje, são mulheres. Conforme o superintendente da Ocepar, existe um trabalho de fomento aos cargos de chefia e diretoria femininas na governança das cooperativas. A Marcos Vieira (PDT), ele afirmou que existe, também, uma política de certificação com os cooperados. Sidnei Toaldo (PRD) se somou ao debate, reforçando o crescimento e a consolidação do cooperativismo no Paraná.
Pela Ocepar, a Tribuna Livre também reuniu o coordenador de Operações, Cristiano Michalovcz; os superintendentes José Ronskoski e Nelson Costa; a coordenadora de Relações Institucionais, Daniele Andressa da Silva; o coordenador de Comunicação e marketing, Samuel Milléo Filho; a jornalista Iara Maggioni; e a assistente administrativa Julia Duda.
Em visita à cidade de Curitiba, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Rio de Janeiro, Vinícius Mesquita; o superintendente da entidade, Abdol Nasser; e o seu analista de Relações Institucionais, Diogo Tavares; também acompanharam o debate.
A Tribuna Livre também reuniu o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Paraná (Sescoop/PR), Jorge Lobo; a diretora-presidente da Cooperativa de Trabalho de Enfermagem do Paraná (Cooenf), Quitéria Livanice Antunes; e a assessora-executiva da Secretaria Municipal da Defesa Social e Trânsito (SMDT), Ana Claudia Machado.
*Notícia revisada pelo estudante de Letras Celso Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba