Neste sábado (29), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) realizou a 3ª edição do Câmara Aberta. A edição foi especial porque integrou a agenda oficial do Natal de Curitiba. Das 9h às 18h, na praça Eufrásio Correia, o público pôde participar de um dia inteiro de atividades gratuitas que combinaram lazer, cultura e participação cidadã. Entre as atividades mostradas no evento, havia food trucks, bazar com roupas, eletrônicos apreendidos pela Receita Federal, apresentações de grupos musicais e troca de figurinhas do Álbum do Zequinha. 

“Essa edição foi especial porque nós firmamos uma parceria com a Prefeitura de Curitiba para celebrarmos juntos o Natal da cidade. Então esse evento de hoje é uma das 150 atrações do Natal de Curitiba. E dentro dessas atrações culturais, temos o bazar da Provopar, temos um miniônibus articulado, que é o único do Brasil, um ônibus do turismo para as pessoas conhecerem, além da parte da gastronomia e das apresentações dos grupos musicais, em especial os grupos do Centro de Apoio Psicossocial [CAPS]. Estamos muito felizes com mais essa edição”, disse Tico Kuzma (PSD) sobre a importância do evento para a participação popular na CMC.

Bazar da Provopar foi novidade na Câmara Aberta

O Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar), em parceria com a Receita Federal, trouxe roupas, sapatos, bolsas e eletrônicos resgatados pelo órgão federal para serem vendidos na Câmara de Curitiba. Para Sandra da Silva, colaboradora da Provopar, o evento foi uma oportunidade de mostrar o trabalho voluntário dos colaboradores da associação. “Estamos aqui pela primeira vez e além de estar ajudando com o bazar das roupas resgatadas pela Receita Federal, também pude trazer meus artesanatos e mostrar meu trabalho ao público presente”, acrescentou Sandra da Silva. 

Para Zilda Ferreira, da Provopar, o bazar da Receita Federal com a parte dos eletrônicos tem uma adesão positiva por parte da população. “Hoje o movimento pela manhã foi incrível. As pessoas realmente vêm aos bazares promovidos por nós [Provopar] e pela Receita Federal. Porque normalmente as pessoas querem um eletrônico novo com um preço acessível e aqui eles encontram isso. Por exemplo, tínhamos produtos aqui a partir de 5 reais, isso permite que a maior parte da população possa participar do bazar”, explicou Zilda Ferreira. A assessora complementou que a venda dos produtos auxilia nos projetos sociais sem fins lucrativos da cidade. 

Bandas do CAPS: “A música salvou a minha vida”, disse José Ferreira

Os grupos Banda Ritmos da Loucura, Grupo Maluco por Música, HeavyMente e Musicapizando trouxeram ritmos de Natal para o público presente na Câmara Aberta. Para Luciana Sydor, coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a iniciativa permite que os pacientes do CAPS tenham uma reinserção digna na sociedade. “O que é a música? A música é uma ótima terapia. Todo mundo escuta música para se acalmar. E nós [profissionais da Saúde Mental] encontramos nessa iniciativa de criar grupos musicais com os pacientes, uma forma de mostrar que eles têm valor para a sociedade”, explicou Luciana Sydor. 

A coordenadora da SMS acrescentou que os pacientes apresentaram um quadro de melhora na saúde mental após terem entrado nos grupos musicais. “Eles se sentem cidadãos como todos os demais, não sentem como se fossem um peso para a sociedade. O que mais escutamos hoje é que eles estavam felizes de alegrar um pouco o Natal de Curitiba. Ao verem que estavam os vereadores, o prefeito [Eduardo Pimentel] e todos os cidadãos presentes aqui, se sentiram vistos como nunca antes. Sabiam que tinham contribuído de forma positiva para a cidade”, completou Luciana Sydor. 

“Para mim foi uma sensação gratificante. Eu estava com indícios de suicÍdio e a música salvou a minha vida, me sinto útil apresentando aqui hoje. Hoje mostrei que ainda sou humano e posso contribuir para a minha cidade”, disse José Ferreira, um dos músicos que se apresentou no Câmara Aberta. “Esse sentimento de se sentir inútil machuca muito a gente, porque a maior parte do tempo não fazemos parte do todo, a gente se sente fora, se sente deslocado. Mas hoje, cantando as músicas de Natal e vendo as crianças sorrindo para nós, sabemos que temos valor”, acrescentou outra integrante do grupo musical, Elisa Oliveira. 

População contou com atividades recreativas 

Além do bazar da Provopar e dos grupos musicais do CAPS, a população de Curitiba também pode contar com a programação que incluiu atividades recreativas como o simulador de direção do Ônibus Turismo, troca de figurinhas do Álbum do Zequinha, jogos como Futebol de Botão e Tekball, além de espaços de convivência destinados às famílias. O público também pôde conferir uma série de apresentações culturais, que começaram às 9h30 e seguiram até o encerramento, com shows, corais, orquestra, números de taikô, espetáculo infantil e grupos folclóricos, garantindo movimento, música, participação do Papai Noel e animação ao longo de todo o dia. 

“Hoje em especial eu vim acompanhar o grupo musical do CAPS, pois eu tenho duas amigas que trabalham lá e ver esse tipo de ação que valoriza tanto paciente vulnerável quanto os profissionais que lidam com a saúde mental da população é muito especial. Consegui ainda participar dessas outras atividades recreativas, achei o bazar uma ótima ideia e pude também conhecer um pouquinho do artesanato presente na feira”, disse a musicoterapeuta, Stefany Moraes Reis. 

Para a servidora do Tribunal de Justiça do  Estado do Paraná (TJPR), Juliana Fischer, o evento foi importante para ampliar a participação da população com as ações do poder Legislativo e Executivo. “Hoje eu consegui produtos muito legais aqui, eu acho fundamental essas ações, porque é uma forma de dar visibilidade tanto para o poder local quanto para os profissionais. Porque vemos que temos essa união com os parlamentares”, complementou Juliana Fischer. 

*Matéria elaborada pela estudante de Jornalismo Mariana Aquino*, especial para a CMC.
Supervisão do estágio: José Lázaro Jr.
Edição: José Lázaro Jr. 
**Notícia revisada pelo estudante de Letras Gabriel Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques