Na Tribuna Livre, professora alerta para diagnóstico da dislexia

por Fernanda Foggiato | Revisão: Vanusa Paiva — publicado 18/05/2022 18h35, última modificação 19/05/2022 08h28
O direito ao atendimento educacional especializado foi tema de debate proposto por Professora Josete.
Na Tribuna Livre, professora alerta para diagnóstico da dislexia

Professora da rede estadual, Roberta de Azevedo é especialista em Educação Especial e atua na sala de recursos. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) recebeu, na Tribuna Livre desta quarta-feira (18), a professora Roberta Bonfim Klein de Azevedo, servidora da Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná (SEED/PR) que há 16 anos atua na chamada sala de recursos - ferramenta de inclusão no contraturno das aulas regulares. Por proposição da vereadora Professora Josete (PT), a convidada falou do direito ao atendimento educacional especializado, em particular do diagnóstico e do apoio pedagógico aos estudantes com dislexia. 

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Distúrbio genético que dificulta a leitura, a escrita e, consequentemente, o aprendizado, a dislexia, em geral, não é corretamente diagnosticada até o Ensino Fundamental II. O objetivo do debate, frisou Josete, é “refletirmos sobre [a elaboração de] políticas públicas para minimizarmos os impactos relativos sobre a questão”. 

Na sala de recursos, explicou Roberta, que é especialista em Educação Especial, são atendidos estudantes com deficiência intelectual, deficit de aprendizagem e autismo. “[A dislexia] é uma desordem e é considerada uma patologia neurológica”, completou. “De cada quatro indivíduos, um terá dislexia".

Quase todos os alunos atendidos na sala de recursos, segundo ela, “têm um diagnóstico insatisfatório”, seja pela falta de laudo ou por estarem com as informações desatualizadas. Até lá, alertou a servidora, carregam injustamente rótulos, como o de “preguiçosos”, que podem prejudicar os estudos e a vida adulta. A professora ainda frisou o arcabouço legal do direito à educação. 

Diagnóstico e inclusão
Professora Josete chamou a atenção não só para a importância da inclusão das crianças e adolescentes, mas de se proporcionar as condições adequadas tanto para a aprendizagem quanto para o trabalho dos profissionais da educação. A vereadora ainda fez convite para o seminário “O direito ao atendimento educacional especializado", na próxima segunda-feira (23). 

Em resposta à vereadora Noemia Rocha (MDB), Roberta explicou que o professor tutor em sala de aula pode ser designado para estudantes com autismo ou deficiência física neuromotora. “Eu defendo uma inclusão saudável, uma inclusão verdadeira. E, acima de tudo, aquilo que é garantido para o aluno mesmo. Não um mero dizer, mas um acontecer”, completou. 

Flávia Francichini (União) criticou, no debate com a convidada da Tribuna Livre, que “algumas vezes fecham-se diagnósticos” do Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDH) na escola caso a criança seja agitada, por exemplo. Serginho do Posto (União), por sua vez, perguntou sobre o diagnóstico tardio e se qualquer professor pode identificar sinais da dislexia. 

“O diagnóstico mesmo para esse estudante é só [com] o médico neurologista ou o psiquiatra”, frisou Roberta. De acordo com ela, os sinais já podem ser identificados aos 4 ou 5 anos, quando a criança começar a ser alfabetizada. O acompanhamento em fonoaudiologia, avaliou a professora, após pergunta de Marcos Vieira (PDT), é um dos mais importantes para o disléxico. 

Acesse o álbum da atividade no Flickr da CMC. As sessões plenárias começam às 9 horas e têm transmissão ao vivo pelos canais do Legislativo de Curitiba no YouTube, no Facebook e no Twitter. 

Tribuna Livre
Espaço democrático de debates, a Tribuna Livre é mantida pela CMC como um canal de interlocução entre a sociedade e os parlamentares. Conforme o Regimento Interno do Legislativo, os debates ocorrem nas quartas-feiras, durante a sessão plenária – seguindo acordo de líderes, após os pronunciamentos do pequeno expediente. 

Os temas são sugeridos pelos vereadores, que por meio de requerimento indicam uma pessoa ou entidade para a fala em plenário. O espaço pode servir para a prestação de contas de uma organização que recebe recursos públicos, apresentação de uma campanha de conscientização, discussão sobre projeto de lei em trâmite na Casa etc. 

Confira, no site institucional, os assuntos discutidos nas demais Tribunas Livres de 2022.