Vereadores acatam venda de lote público no Campo Comprido

por Fernanda Foggiato e Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Ricardo Marques — publicado 18/03/2024 11h15, última modificação 18/03/2024 12h04
Além da operação imobiliária, Câmara de Curitiba aprovou, em primeiro turno, uma Declaração de Utilidade Pública.
Vereadores acatam venda de lote público no Campo Comprido

Líder do governo, Tico Kuzma exibiu fotos da área pública no bairro Campo Comprido. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Além da prioridade ampliada nas filas dos supermercados, mais dois projetos de lei entraram na pauta da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na manhã desta segunda-feira (18), para a primeira votação. Um deles, de autoria do Poder Executivo, pede a autorização dos vereadores para alienar (vender) uma área pública com 133,15 m², localizada no bairro Campo Comprido.

Laudo da Comissão de Avaliação de Imóveis (CAI), vinculada à Secretaria Municipal de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da Informação, atribuiu ao terreno o valor de R$ 159 mil. A operação imobiliária foi solicitada por Nicolau Boscardin Filho, dono do terreno vizinho, em 2016. O lote adquirido do Município deverá ser unificado à sua propriedade.

A votação da mensagem em primeiro turno foi unânime, com 28 votos “sim”  (005.00065.2022). O projeto de lei retorna à ordem do dia, nesta terça-feira (19), para a confirmação pelo plenário. “Não houve objeções da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, nem do Ippuc [Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba]”, completou o líder do governo na Câmara de Curitiba, Tico Kuzma (PSD). O vereador explicou que o laudo foi ratificado, em 2022, a pedido da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização. Ele também apontou que foto aérea não indica construções na área pública e um lote ao lado já foi alienado, após lei aprovada pelos vereadores em 2014.

Líder da oposição, Professora Josete (PT) também encaminhou o voto favorável. Ela observou que área é reduzida e que o valor do laudo deverá ser atualizado no momento da transação imobiliária. “Nós precisamos, na verdade, regularizar diversos terrenos como este e garantir, inclusive, o pagamento do IPTU [Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana], portanto, mais recursos dirigidos aos cofres públicos.”

Aprovada Utilidade Pública à APMF da Escola Estadual Especial José Richa

Com 24 votos favoráveis, o plenário também aprovou, em primeira votação, a Declaração de Utilidade Pública Municipal à Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) da Escola Estadual Especial José Richa. Localizado no bairro Vila Izabel, o estabelecimento da rede pública estadual de ensino atende crianças, adolescentes e adultos com deficiência. A iniciativa é da Professora Josete, que destacou em plenário as atividades realizadas pela instituição (014.00027.2023, com substitutivo geral 031.00012.2024). 

A Escola José Richa é uma escola de ensino fundamental da modalidade de Educação Especial. “É um trabalho muito importante, temos pouquíssimas escolas na rede estadual com este perfil. Temos lá, desde crianças de 7 anos até adultos. Na medida do possível, a escola procura garantir a presença deles, pois muitas vezes este é o único espaço de socialização, de convivência social. E tem uma infinidade de deficiências, de síndromes, que estas crianças, jovens e adultos apresentam, e [lá] têm um tratamento adequado”, disse a vereadora. 

A instituição foi assumida pelo Estado do Paraná em 2016 e oferece atendimento no contraturno escolar. “Também há a oferta de EJA [Educação de Jovens e Adultos], que é também é muito rara. Este é um exemplo de escola que precisa ser replicada. Nós sabemos que há uma fila enorme [por vagas]. Nem sempre há um núcleo familiar onde esta criança possa se desenvolver […], muitas vezes ela dispõe de pouco acesso à cultura e ao lazer”, completou Josete. 

Para a autora, a Utilidade Pública traz a possibilidade de acesso da APMF da Escola Estadual Especial José Richa a outras formas de financiamento e complementação de recursos para a realização do atendimento. Com a aprovação da matéria em primeira votação, o projeto retorna à pauta nesta terça-feira (19) em segundo turno.