Pré-sal é tema de debate em plenário

por Assessoria Comunicação publicado 17/11/2009 12h45, última modificação 28/06/2021 09h41
Explanação sobre o pré-sal e o destino das riquezas por ele proporcionado foi proposta pelo quarto-secretário, vereador Pedro Paulo (PT), nesta segunda-feira (16) à tarde, na Câmara de Curitiba. João Antônio de Moraes, da Federação Única dos Petroleiros (FUP), acompanhado de representantes do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro-PRSC), falou com os vereadores sobre abaixo-assinado em defesa do pré-sal. O documento visa a consolidação do monopólio do petróleo, a reestatização da Petrobras com o fim das concessões para exploração das jazidas brasileiras de petróleo e gás e garantia da destinação social dos recursos gerados pela atividade.
Segundo Moraes, é preciso democratizar o acesso à energia no Brasil e o petróleo é fonte de matéria prima para mais de três mil produtos. O governo federal apresentou proposta que, na opinião dele, apesar de representar avanços, está aquém da defendida pelos movimentos sociais, limitando as mudanças para as áreas ainda não leiloadas do pré-sal. O governo defende que a Petrobras seja a única operadora destas áreas, o que garante a ela pelo menos 30% de participação. Os 70% restantes serão definidos em leilão. “A atividade irá gerar lucro para poucos”, disse.
A luta apresentada na Câmara busca o cancelamento dos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e anulação dos anteriores, mudança na lei do petróleo, restabelecendo o monopólio estatal e o fim dos leilões; fim da exportação do petróleo cru, com investimento na indústria petroquímica nacional; criação do Fundo Soberano Nacional de Investimento voltado para as necessidades dos brasileiros, respeito às populações impactadas, defesa da produção nacional e internacional solidária e integradora, avanço nas pesquisas de nova matriz energética, limpa e renovável, com redução do uso do petróleo; que a exploração e produção sejam realizadas pela Petrobras 100% estatal, o imediato mapeamento das reservas do pré-sal pela Petrobras e o apoio às campanhas contra as privatizações e pela retomada de empresas construídas pelo povo brasileiro e contra a criminalização dos movimentos sociais.
A disputa pelas riquezas do pré-sal, os interesses e a elaboração de uma nova lei que garanta ao Brasil o controle e planejamento sobre onde serão investidos os recursos oriundos do pré-sal foram alguns dos temas abordados em plenário. De acordo com o sindicalista, as descobertas na área do pré-sal, maior descoberta de petróleo do mundo nos últimos 30 anos, variam de 80 bilhões a 200 bilhões de barris de petróleo e gás natural. Com o pré-sal, o Brasil passará a ocupar entre o segundo e o quinto lugar entre os países com maiores reservas de petróleo do mundo. A reserva mundial terá aumento de 6% a 14%.  Entre as dimensões das riquezas do pré-sal, foi exposto que o barril de petróleo já chegou a ser comercializado a US$ 150. Atualmente, está cotado a US$ 70. Proporcionalmente, a riqueza do pré-sal está estimada entre US$ 5,6 trilhões a US$ 14 trilhões. No ano passado, o PIB do Brasil foi de R$ 1,5 trilhão. Em comparação, as riquezas do pré-sal equivalem de quatro a nove anos do PIB nacional.
Participações
Fizeram questionamentos ao convidado os vereadores Jairo Marcelino (PDT), Mario Celso Cunha (PSB), Professora Josete (PT), Professor Galdino (PSDB), Noemia Rocha (PMDB) e Serginho do Posto (PSDB).