Especialistas fazem alerta sobre saneamento ambiental

por Assessoria Comunicação publicado 13/11/2007 17h15, última modificação 18/06/2021 07h50
Em Curitiba e região metropolitana, são 2,8 milhões de habitantes, distribuídos em 14 municípios e apenas 35% do esgoto são tratados. O alerta é do professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Cristóvão Fernandes, que participou, nesta terça-feira (13), do fórum “Soluções para o Saneamento Ambiental de Curitiba e Região Metropolitana”, no auditório do Anexo II da Câmara Municipal. A proposta foi do vereador Aladim Luciano (PV), que chamou a atenção para o debate de questões importantes ao saneamento ambiental, “como políticas públicas para o futuro”. O evento foi coordenado por Rafael Filippin, da Liga Ambiental, associação ambientalista sem fins lucrativos que tem sedes na capital e em Ponta Grossa.
Para Fernandes, nas questões ambientais não existem milagres. “Se quisermos melhorar, temos que investir tanto financeiramente como intelectualmente”, disse.
Conforme o professor Roberto Fendrich, também da UFPR, a cada R$ 1,00 gasto com saneamento básico R$ 5,00 são economizados com a saúde pública, citando dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Na sua opinião, a educação ambiental deve começar no ensino fundamental, como é usual no Japão.
“Não adianta fazer mutirões de limpeza nos rios se não existir uma ótima coleta de lixo, pois algum tempo depois tudo volta a ser como antes. O necessário, além da educação ambiental, é a utilização de águas potáveis fluviais e de águas servidas, ou seja, reaproveitamento da água”, finalizou.
Planejamento
A importância do planejamento foi destacada por Walter Jonhson, da União das Entidades Ambientalistas do Paraná. Segundo ele, daqui a 15 anos estaremos numa situação crítica. “Hoje, já está sendo utilizada água contaminada, conforme a própria Sanepar”, informou. “Se investirmos só um pouco podemos planejar o futuro, ao invés de gastarmos milhões com estudos realizados na França para despoluição de nossas águas”, avaliou.
Claudia Boscardin, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, ressaltou a importância da conscientização e preservação não apenas da água, mas de todo o meio ambiente e informou que a coleta de lixo atinge toda a cidade, porém cada indivíduo também é responsável por manter o lixo longe dos rios.
Alerta
O coordenador institucional da Organização da Liga Ambiental, Tom Grando, também membro do Comitê da Bacia do Alto Iguaçu, informou que estudos projetam uma população de 5 milhões de habitantes para Curitiba e região nos próximos 15 anos, alertando que o crescimento demográfico não é proporcional ao tratamento que vem sendo dado à água, o que pode trazer sérios problemas caso esta situação não seja revertida. “É preciso restaurar, cuidar e educar a população com relação ao meio ambiente, mas é muito importante que haja planejamento urbano e familiar para evitar que situações como estas ou piores ocorram no futuro”, finalizou.