Vereadores confirmam 48 mudanças no Regimento Interno da CMC

por José Lázaro Jr. | Revisão: Alex Gruba — publicado 19/12/2022 11h25, última modificação 19/12/2022 11h37
Redação atualizada do Regimento Interno entra em vigor assim que promulgada pela Mesa Diretora.
Vereadores confirmam 48 mudanças no Regimento Interno da CMC

Dois terços das mudanças no Regimento Interno foram propostas pela Comissão Especial; outro terço, por emendas em plenário. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Por 35 a 1 votos, nesta segunda-feira (19), os vereadores confirmaram, em segundo turno, a atualização do Regimento Interno da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Ao todo, foram aprovadas 48 modificações, das quais 36 foram elaboradas pela Comissão Especial e 12 foram emendas discutidas em plenário (011.00001.2022). Se o texto for promulgado até quarta-feira (21), as regras já valerão para a próxima eleição da Mesa Diretora.

São três as mudanças que impactam a escolha dos próximos dirigentes da Câmara Municipal. Primeiro, as modificações trazem para o Regimento Interno a figura das federações partidárias, criadas na última reforma eleitoral de 2021. No caso de Curitiba, isso implica em PT e PV agirem como um grupo unificado de parlamentares, com repercussão na formação dos blocos parlamentares que comporão a próxima Mesa. A segunda é o critério de desempate, que passa a ser o de maior número de votos dos partidos nas eleições.

Por fim, a atualização do Regimento Interno cria a figura do segundo-vice-corregedor, ampliando de dois para três os parlamentares que integrarão a Corregedoria da CMC, que é a responsável por monitorar a conduta ética dos parlamentares do Legislativo. A escolha do parlamentar que ocupará a posição precisa ocorrer na mesma sessão especial convocada para a eleição da Mesa Diretora.

Desde que a CMC realizou uma revisão completa das suas normas internas em 2012, instituindo a atual resolução 8/2012, aconteceram alterações pontuais em 2013, 2014, 2015, 2017, 2019 e 2020. A maior novidade instituída em 2021 é a criação de súmulas no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para uniformizar o entendimento dentro do colegiado sobre temas que se repetem, pois esse tipo de instrumento é uma inovação dentro da CMC.

Discussão em plenário
Hoje, em plenário, a vereadora Professora Josete (PT) listou três pontos que considera polêmicos na revisão do Regimento Interno e sugeriu que eles sejam alterados no ano que vem. A parlamentar discorda da retirada do prazo de 30 dias para um projeto ser levado a plenário após concluir a tramitação nas comissões, pois entende que sem um marco explícito os vereadores dependerão da presidência para ter suas iniciativas votadas.

Professora Josete também afirmou ser contra a mudança do artigo 37, para autorizar que agentes de segurança possam portar armas em plenário. “A Casa podia ter um cofre para essas situações. Não é caro e previne situações de violência em plenário”, argumentou. O contraponto veio de Ezequias Barros (PMB), para quem a CMC já flexibilizou tacitamente a regra. “No ano passado, a Noêmia [Rocha, do MDB] fez uma homenagem ao coronel Péricles, e o plenário estava cheio de policiais armados”, recordou.

Por fim, Josete também protestou contra a instituição das “vistas coletivas” nas comissões temáticas da CMC. A parlamentar entende que isso restringe a atuação parlamentar no debate das iniciativas, reduzindo a democracia interna do Legislativo. Discordando, o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Osias Moraes (Republicanos), ponderou que a mudança é para evitar que “projetos sejam votados em plenário sem o parecer de constitucionalidade”.

Para que tenha sucesso o pedido de nova revisão do Regimento Interno no ano que vem, é preciso que a sugestão seja apresentada ou pela Mesa Diretora, ou por meio de requerimento subscrito por 13 parlamentares. Em 2023, a CMC terá uma nova direção e novos vereadores em plenário, em razão da convocação dos suplentes dos quatro parlamentares eleitos para posições na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa do Paraná.